Topo

OPINIÃO

De lobo a papagaio, tome o controle da rica fauna de "Lost Ember"

Encarne e desencarne em diversos bichos, de todos os tipos e tamanhos - Divulgação
Encarne e desencarne em diversos bichos, de todos os tipos e tamanhos
Imagem: Divulgação

Makson Lima

Colaboração para o START

07/12/2019 04h00

Controlar animais não é nada novo em videogame. De alguns mais conhecidos, como "Okami" e "Ecco the Dolphin", até uns mais exóticos, como "Tokyo Jungle", "Deadly Creatures" e (por que não?) o "jogo do Ganso", não é nada fácil simular a movimentação dos bichos e, ao mesmo tempo, torná-la verossímil e acessível nos controles.

"Lost Ember", o indie de estreia do estúdio alemão Mooneye, é bastante ambicioso nessa missão, e faz dela seu diferencial: a possibilidade de controlarmos inúmeros animais, dos mais diversos tipos e tamanhos, e que não necessariamente possuem qualquer capacidade especial. O pato só vai mesmo conseguir voar baixinho.

A tribo perdida dos Yanrana

Esse mundo vasto, reclamado pela natureza, já foi casa de uma grande e poderosa tribo, os Yanrana. Assim como na civilização Maia (que, claramente, serviu de inspiração para seus criadores), guerras internas e ameaças externas levaram a sua ruína. Mas isso faz muito, muito tempo, e todas as almas ascenderam até a Cidade da Luz. Todas, menos duas, pois diz a lenda que espíritos desgarrados permanecem no plano material como animais selvagens.

Lost Ember Yanrana - Divulgação - Divulgação
Ecos do passado mostram o destino dos Yanrana e levam o jogo adiante
Imagem: Divulgação

Quem nos conta tudo isso é um espírito a caminho da Cidade da Luz. Para isso, o fogo-fátuo precisa de ajuda, e é aí que entra em cena a protagonista de "Lost Ember": uma loba, antiga guerreira rebelde dos Yanrana, impedida de adentrar os domínios do além e deixada para trás, mas com a habilidade especial de encarnar em todo e qualquer animal dessa terra.

'Lost Ember' é um jogo pacifista, perfeito para relaxar, curtir a natureza e os animais. Não há combate, muito menos morte ou qualquer tipo de violência

O âmbar perdido no jogo não serve como uma luz-guia, como normalmente acontece em videogame. O caminho é traçado pelos ecos do passado, recontando o que houve ali, na tentativa de explicar quem realmente foi a loba em sua vida passada e quem é o espírito desencarnado.

Numa forma simples, porém competente, uma história tocante se desenrola em sete capítulos, bastante clássica em sua estrutura - a verdadeira jornada do herói.

Do fofo vombate ao majestoso elefante

Lost Ember Vombate - Divulgação - Divulgação
Você sabe o que é um vombate?
Imagem: Divulgação

A real preocupação de "Lost Ember" é perceptível logo nos primeiros minutos controlando a loba: simular seus movimentos de forma crível. O animal, ágil e veloz, e o meio ambiente tornam-se um só. E só quando encarnamos em vombates (marsupiais parecidos com marmotas) e adentramos sua toca é que o propósito do jogo vai se tornando mais claro.

Voltar à forma de lobo e encarnar em qualquer outro bicho é tão simples quanto apertar um botão, e é impressionante como se torna intuitivo controlar os mais diversos animais, de forma breve.

De patos e seus filhotes a peixes, elefantes e cabras montanhesas, as espécies variam de acordo com o ecossistema, cada uma com sua própria perspectiva de câmera e comandos. O colibri, por exemplo, com seu tamanho diminuto e rapidez acentuada, sobe e desce no ar como seria um helicóptero, bem diferente dos controles do papagaio.

Quando o mapa se abre - e se abre muito mesmo, com paisagens a se perder de vista, e que, infelizmente, derrubam o desempenho, com engasgos constantes - é a fumaça vermelha que serve de guia às próximas revelações do passado, assim como o farejar dos animais indicam outros, mais próximos.

É de primeira importância encarnar em todos os tipos de animais, pois só assim novos caminhos são revelados. Somente o tatu seria capaz de cavar por baixo de um enorme pedregulho, e até encontrar um cogumelo submerso no caminho. "Lost Ember" tem dezenas de colecionáveis na forma de fungos, relíquias e artefatos. Encontrar todos é o maior desafio apresentado pelo jogo, o que corresponde aos incentivos de exploração e contemplação tão valorizados nesse mundo.

O curso de todas as coisas

Lost Ember cenário - Divulgação - Divulgação
Perder-se na imensidão dos cenários faz parte da experiência
Imagem: Divulgação

"Lost Ember" é um jogo pacifista, perfeito para relaxar, curtir a natureza e os animais. Não há combate, muito menos morte ou qualquer tipo de violência. Sem a presença do homem, todas as coisas coexistem em harmonia, fauna e flora de mãos dadas.

Lost Ember box art - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
A história dos Yanrana é bastante trágica, assim como o destino, passado e feitos da nossa dupla de protagonistas, contrastando em absoluto ao mundo de hoje, tomado pela natureza e seus bichos. Até seus momentos finais, "Lost Ember" consegue prender a atenção e instigar com seu gameplay simples, porém funcional. Assim, 2019 continua a nos impressionar com suas produções independentes.

Lançamento: 22/11/2019
Plataforma: PC (Steam e GOG), PS4, Xbox One
Preço sugerido: R$57,99 (Steam), R$112,45 (Live), R$91,90 (PSN)
Classificação indicativa: Para todas as idades
Desenvolvimento: Mooneye Studios
Publicação: Mooneye Studios

SIGA O START NAS REDES SOCIAIS

Twitter: https://twitter.com/start_uol
Instagram: https://www.instagram.com/start_uol/
Facebook: https://www.facebook.com/startuol/
TikTok: http://vm.tiktok.com/Rqwe2g/
Twitch: https://www.twitch.tv/start_uol

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL