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Steam completa 10 anos de existência; relembre a trajetória do serviço

Pedro Henrique Lutti Lippe

do Gamehall

12/09/2013 18h42

Há exatamente 10 anos, em 12 de setembro de 2003, a Valve inaugurava o serviço Steam. Hoje extremamente popular como uma plataforma de distribuição digital de jogos e softwares em geral para computadores, o programa era muito diferente em suas origens. E nada popular.

Em uma época em que a distribuição digital de jogos estava em sua infância, a Valve criou o Steam como uma ferramenta que facilitaria a atualização de seus jogos, como "Counter-Strike". A plataforma também permitia à produtora implementar medidas rudimentares de prevenção de trapaças e pirataria.

Apesar de funcionarem bem no papel, as primeiras versões do Steam tinham servidores facilmente sobrecarregáveis e uma série de bugs, que dificultavam a vida dos jogadores. O serviço rapidamente ganhou má fama na internet quando começou a ser criticado por fãs de "Counter-Strike 1.6", que já em sua fase de testes requeria o uso obrigatório do programa.

  • Interface visual do Steam era bem diferente da atual na estreia do serviço.

Reviravolta

A popularidade do Steam começou a crescer dois anos após sua inauguração original. Com uma plataforma digital mais estável em mãos, a Valve passou a firmar contratos com outras empresas para a venda de seus títulos. Entre 2005 e 2007, grandes produtoras como Capcom e Eidos passaram a lançar seus games pelo Steam.

Na metade de 2007, o programa tinha 150 jogos disponíveis para venda em seu catálogo. O lançamento de games de porte como "Call of Duty 4: Modern Warfare" e "The Orange Box" nele impulsionou seu alcance.

Com o passar dos anos, a plataforma tornou-se mais robusta, ganhando mais funções e ficando mais acessível. Hoje, além de vender mais de 2 mil diferentes jogos e mantê-los atualizados automaticamente, o Steam também serve como uma rede social para jogadores de PC, completo com conquistas, suporte a saves na nuvem, compartilhamento de imagens e vídeos, entre outras coisas.

Na forma de serviços proprietários (como Origin e Uplay) e independentes (como o Desura), o Steam tem bastante concorrência. Mesmo assim, estima-se que a plataforma da Valve controle entre 50 e 70% do mercado de distribuição digital de jogos.

  • Gráfico mostra ritmo de vendas de "Garry's Mod". Picos demarcam liquidações.

Crescimento

A Valve considera o Steam um produto em constante evolução, que ganha novas funções a todo momento. Originalmente exclusivo para Windows, ele já ganhou versões para Mac e Linux, compatibilidade com o PlayStation 3 e até mesmo aplicativos para iOS e Android. Através do Big Picture Mode, jogadores podem navegar pelos seus games de computador em suas TVs, com uma interface digna de consoles de mesa.

As grandes promoções comemorativas do Steam também servem como exemplos de diferenciais que atraem usuários para a plataforma (hoje, já são mais de 54 milhões de contas ativas). Em ocasiões especiais - como as férias de verão nos EUA ou a temporada de Natal -, a Valve corta drasticamente o preço de a maior parte de seu catálogo de jogos, motivando fãs a participarem de um ritual que envolve abrir o programa diariamente em busca das rotativas "ofertas do dia".

Mesmo hoje, porém, o software está longe de ser unanimidade. Muitos o evitam por medo de ter toda a sua biblioteca de jogos atrelada ao serviço de uma única empresa, que pode fechar seus servidores ou deixar de existir. Enquanto isso, outros temem pela segurança não só de suas compras, mas também de suas informações pessoais. Um agravante: em novembro de 2011, hackers invadiram os servidores do Steam e roubaram informações encriptadas, levando muitos a temerem o vazamento de dados como números de cartões de crédito.

Analistas e figuras da indústria afirmam: distribuição digital como prioridade é o futuro da indústria. E gostando ou não o Steam, é difícil negar que a plataforma da Valve lidera o avanço rumo a este futuro.