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E3 2011: Em entrevista ao UOL Jogos, criador de "Animal Crossing" fala sobre Wii U 'casual e hardcore'

THÉO AZEVEDO

Enviado especial a Los Angeles

13/06/2011 13h44

Criador de "Animal Crossing" e funcionário veterano da Nintendo - está na empresa desde 1986 -, Katsuya Eguchi foi um dos game designers escalados para falar com os jornalistas sobre Wii U, próximo console da empresa. O UOL Jogos tentou arrancar de Eguchi algumas informações extras sobre a máquina.

Veja os melhores momentos da entrevista:

Gráficos
A razão para o Wii U ser capaz de gerar gráficos em alta definição é que, atualmente, há mais lares com televisores HD. Para nós, este parece ser o momento apropriado para o suporte à alta definição em um console. Em vez de comparar o Wii U ao PlayStation 3 ou ao Xbox 360, penso que o melhor neste momento é focar no que torna o Wii U diferente, único. E, como exemplo disso, cito o novo controle com a tela sensível ao toque.

Controle para jogos hardcore
Se você observar o controle, nós incluímos as características que achamos necessárias para jogar, ao menos em um nível básico. Creio que seja um ótimo começo, mas se houver necessidade, da mesma forma que demos aos jogadores o Classic Controller e o Classic Controller Pro [no Wii], faremos o mesmo no Wii U.

Produtoras terceirizadas voltando
Com o Wii, nós acreditamos que conseguimos criar uma experiência não apenas para o jogador casual, mas para o hardcore também, pois sempre queremos o máximo possível de pessoas jogando. Quando mostramos esta ideia às produtoras terceirizadas, eles entenderam a abordagem e as várias possibilidades de interação com o controle.

Nova geração?
O termo "nova geração" se tornou tão comum entre os consoles que quase perdeu seu significado. Melhor que definir o Wii U como o console de próxima geração da Nintendo, prefiro considerá-lo um aparelho que vai mudar a forma como se vê a diversão na sala de estar para toda a família, mudando a forma como as famílias jogam e se comunicam quando estão juntas.

Apps
Temos planos de oferecer não apenas jogos, mas aplicativos também - no vídeo conceitual exibido na E3 2011, já mostramos protótipos como player de vídeo e o browser. Além disso, vamos ter alguns aplicativos de compras, assim como fizemos no Wii.

Rede online
Anteriormente a Nintendo investiu na conexão Wi-Fi, seja para jogar online ou simplesmente se comunicar. Agora, temos ouvido das produtoras terceirizadas que a nossa estrutura online era um obstáculo, que era difícil trabalhá-lha em seus jogos. Por isso, no Wii U vamos trabalhar de perto com estas produtoras para assegurar não apenas uma experiência online segura, mas algo que seja bacana e flexível. Mas não sei ainda como será.

Interação entre Wii U e 3DS
Qualquer tipo de interatividade entre Wii U e 3DS definitivamente é uma possibilidade, em diversos formatos. Já existe a transferência de dados entre console e portátil, e a possibilidade começar a partida em um deles e terminar no outro. É isso que eu espero que aconteça entre as duas plataformas. Utilizar o 3DS como joystick do Wiiu também pode acontecer.

"Animal Crossing" no 3DS
O conceito original para "Animal Crossing", no Nintendo 64 e no GameCube, surgiu quando eu procurava uma forma para facilitar a comunicação entre os membros de uma mesma família, quando estes não estavam no mesmo lugar e ao mesmo tempo - afinal, tudo mundo é tão ocupado e as agendas tão diferentes que eu queria que um pai e um  filho, por exemplo, conseguissem se comunicar através do jogo. Agora, com "Animal Crossing 3DS" nossa intenção mudou, porque já é possível jogar me rede, local ou on-line. Nesta versão queremos tornar este processo ainda mais simples.

E o Wii?
Vamos continuar desenvolvendo jogos para o Wii. Se você observar o passado, a Nintendo sempre fez isso, e isso não vai mudar. Não posso dar detalhes neste momento, mas temos vários times na empresa, e alguns deles continuarão trabalhando no console.

Futuro dos videogames
Olhando pra frente, penso que há duas abordagens que vão crescer: uma delas é como já acontece nos apps para iPhone ou smartphones, ou seja, jogos mais curtos, baratos e fáceis de jogar; a outra é experiências como a que a Nintendo está proporcionando, ou seja, jogos que custam um pouco mais, mas são mais profundos e amplos. O que acho que vai acontecer é que estas duas alternativas vão coexistir de forma harmoniosa e complementar.