Um brasileiro em Hollywood
O nome dele é Rodrigo Teixeira
Ele, você deve lembrar, é aquele produtor brasileiro que tem um dedo em vários filmes famosos de Hollywood. "A Bruxa", "O Farol", "Ad Astra", "Frances Ha" e "Me Chame pelo seu Nome" (pelo qual foi indicado ao Oscar), por exemplo, são dele.
Queridinho dos famosos
O cara já trabalhou com gente do seguinte naipe: Robert Pattinson, Brad Pitt, Greta Gerwig, Willem Dafoe, Timothée Chalamet... a lista é longa. E ele tem muitas histórias de bastidores. Algumas são confidenciais. As outras ele compartilhou com o Splash.
Gente como a gente
Um dos mais queridos de Rodrigo é Robert Pattinson, com quem ele trabalhou no elogiado "O Farol":
É um cara normal, sensível, camarada mesmo, não tem nada de estrelismo. Conversa sobre tudo. Tomamos cerveja num bar, e ele contou da vida dele em Londres e Los Angeles.
A relação dos dois extrapolou o set de gravação: Rodrigo soube que Pattinson viveria o Batman nos cinemas pelo próprio ator.
Quando foi escalado para ser o Batman, ele me mandou uma mensagem todo empolgado: "Você viu o que aconteceu??". Falei: "Que animal!".
Ok, ele é mais inteligente que a gente
Alguém ainda tem preconceito contra Pattinson só porque ele fez "Crepúsculo"? Então olha o que Teixeira tem a dizer:
A capacidade dele em analisar um roteiro está muito acima da média. Ele questiona e faz colocações a cada página. Deu várias sugestões pro Robert Eggers, diretor de 'O Farol', que gostou de tudo
Uma vez estava com ele num bar no Canadá. Todo mundo viu a gente junto. Quando saí, sozinho, duas pessoas começaram a me perseguir, provavelmente tentando descobrir onde ele morava. Cheguei no hotel e liguei para a polícia. Felizmente, não deu em nada. Robert é superblindado, tem aqueles carros onde entra escondido... não dá para saber aonde ele vai.
Defendido por Brad Pitt
"Ad Astra" é bastante denso, assim como todos os filmes do diretor James Gray. No set, porém, o clima era outro...
James é um imitador cômico, tipo o Marcelo Adnet. Uma hora ele começou a me imitar perfeitamente, com os meus trejeitos e tudo. Brad viu e falou: 'Rodrigo, ele está te imitando? Sério?'. Aí o Brad começou a imitar o James pra me defender da zoação.
Produtor também é fã
Eu tinha uns 15 anos quando vi o Brad Pitt em 'Thelma & Louise'. Virei fã. Depois ele foi estourando mais e mais, em 'Os 12 Macacos', 'Seven'... Quando pisei no set de 'Ad Astra' e vi o Brad na minha frente, não sabia mais o que eu era naquele momento. Produtor ou fã? É muito doido. Brad tem aquela presença forte, mas é muito generoso.
Papo sobre futebol
Rodrigo produziu 'Me Chame pelo seu Nome', que alçou Timothée Chalamet à posição de queridinho de Hollywood.
A primeira coisa que ele falou quando me viu foi: VOCÊ É BRASILEIRO, ME FALE SOBRE O NEYMAR! Então passamos horas conversando. Ele herdou do pai, que é francês, a paixão pelo futebol.
Tímida e muito cortês
O filme indie "Frances Ha", de 2012, também impulsionou a carreira de Greta Gerwig. Depois disso, Greta dirigiu a nova versão de "Adoráveis Mulheres" que lhe valeu uma indicação ao Oscar. Ela até hoje é grata a Rodrigo Teixeira.
Ela virou essa pessoa superfamosa, mas, por incrível que pareça, é muito tímida. Na época em que foi indicada ao Oscar de direção por 'Lady Bird', ela me viu num restaurante e veio até a minha mesa me parabenizar por 'Me Chame pelo seu Nome', que concorria com o filme dela. E me agradeceu também. Disse que tudo começou com 'Frances Ha'. Fiquei muito emocionado com essa cortesia.
Scorsese adora 'Vidas Secas'
Ter amigo famoso é muito chique. E, no caso de Teixeira, um deles é ninguém menos que Martin Scorsese. Juntos, o produtor e o diretor de "Bons Companheiros" e "O Irlandês" criaram, em 2014, um fundo para financiar cineastas emergentes de todo o mundo.
Já sentei com Scorsese, Brian de Palma e William Friedkin. Vira uma conversa de cinéfilos falando sobre cinema. O nível de cinefilia é surreal. Scorsese elogia muito os brasileiros. Gosta de Glauber Rocha, Fernando Meirelles, Walter Salles e Nelson Pereira dos Santos. 'Vidas Secas', aliás, é um filme que ele adora.
Encontro com a diva
Rodrigo lembra de quando teve a oportunidade de jantar com Natalie Portman, numa dessas casualidades de Hollywood. Os dois têm uma amiga em comum.
Ela entrou no restaurante e veio aquele silêncio, aqueles olhares. É difícil explicar. Não tem nada a ver com Cauã Reymond brotando na sua frente. A gente está falando de estrelas globais, é outro nível
Atores são bem diferentes de roqueiros
Mesmo com todo esse status que as estrelas de Hollywood carregam, Rodrigo assegura não ter testemunhado nenhuma megalomania esquisita.
O clima num set costuma ser profissional. O ator fica no trailer e sai para rodar a cena. Não faz pedidos bizarros, como 50 toalhas ou sei lá o quê. Tenho impressão de que isso é mais coisa de rockstar.