Zelenskiy pede no Festival de Berlim que estrelas de cinema tomem partido e apoiem Ucrânia
Por Thomas Escritt
BERLIM (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu aos cineastas que tomem partido naquilo que ele chamou de uma batalha entre a liberdade e a tirania, traçando um paralelo entre a invasão da Rússia na Ucrânia e o Muro de Berlim.
A afirmação fez parte de seu discurso de abertura do Festival de Cinema de Berlim.
Zelenskiy lembrou sua própria experiência como ator, pedindo aos colegas que "rompessem a quarta parede" e se dirigirem diretamente ao seu público.
"Por muitos anos, a Praça de Potsdam foi dividida pelo Muro de Berlim", disse ele por videoconferência. "Hoje, a Rússia quer construir o mesmo muro na Ucrânia: um muro entre nós e a Europa, para separar a Ucrânia de sua própria escolha para o futuro."
Agora em seu 73º ano, a Berlinale deve sua reputação como o mais político dos principais festivais de cinema às origens em uma cidade dividida na linha de frente da Guerra Fria entre a União Soviética e o Ocidente.
A arte poderia escolher tomar partido ou permanecer neutra, o que equivale a apoiar a tirania, disse Zelenskiy, cujas experiências nos primeiros dias da invasão, há um ano, são tema de um documentário de Sean Penn, "Superpower", que estreará no festival na sexta-feira.
A cerimônia de abertura do festival foi brevemente interrompida por ativistas do movimento Última Geração, que se colaram no tapete vermelho em protesto contra a degradação ambiental.
O festival deste ano adicionará foco nos protestos pró-democracia no Irã, assim como no conflito na Ucrânia. Filmes apoiados pelos governos iraniano e russo estão proibidos.
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