Análise: Globo reage e muda comando de programas em crise

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As mudanças hierárquicas anunciadas pela Globo nesta terça-feira são uma evidente resposta da emissora à crise de audiência que vem afetando alguns de seus programas de forma inédita.
A Globo tem vários problemas crônicos em sua grade atual de programação. Na última quinta-feira, chegou a perder a liderança e a ficar em segundo e até terceiro lugar no ibope em nada menos que dez horários.
Trata-se de algo inédito para a emissora, que continua líder com folga nas 24 horas do dia ou no chamado horário comercial da TV: das 7h à 0h.
A principal troca vai ocorrer no núcleo matinal da emissora. Boninho está deixando o comando de toda a grade da manhã para se dedicar apenas a um núcleo de auditório, que inclui "Domingão do Faustão", Luciano Huck, mas segue com "BBB", "The Voice" etc.
No lugar de Boninho chega Mariano Boni, mais um profissional que está migrando do jornalismo para o Entretenimento na Globo. É uma mudança coerente.
Boninho, aparentemente, já estava com programas e problemas demais para resolver. Cuidar apenas dos auditórios e realities já lhe dará dor de cabeça mais que suficiente.
Ao competente jornalista Mariano Boni caberá cuidar de estrelas veteranas como Ana Maria Braga, Fátima Bernardes, e também enfrentar o, digamos, "esgarçamento" de atrações como "Vídeo Show", "Amor & Sexo" e o "É de Casa".
Sem falar no "Conversa com Bial", que também tem virado freguês assíduo do "The Noite", do SBT.
A faixa matinal da Globo tem sofrido queda especialmente em outras praças, como Salvador e Goiânia, onde já deixaram de ser líderes há tempos.
Se o "novo" Boni vai conseguir o que Boninho não conseguiu?
Honestamente, não vejo razão para acreditar, exceto no caso de uma revolução em termos de conteúdo e formatos. O caso do "Vídeo Show" parece ser tão grave que beira o insolúvel.
Formato desgastado, surrado, cansativo, vem perdendo de forma sistemática para a Record nos últimos tempos.
"Amor & Sexo" é outro caso grave: está despencando em audiência em todo o Brasil. De qualquer forma, a emissora mostra profissionalismo e interesse em mudar e solucionar seus próprios problemas.
Parece algo óbvio, mas é uma das coisas mais raras na TV brasileira atual.
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