Crítica: "The Voice Kids" tem candidatos fracos e músicas mal escolhidas
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Nas últimas três semanas assisti aos episódios de “The Voice Kids”, na Globo, instigado pelo volume de tweets de pessoas encantadas com a suposta “fofurice” do programa e dos candidatos mirins do reality.
Vi três episódios para não fazer um juízo de valor parcial, para entender a metodologia, as características dos candidatos e a conduta dos jurados.
Pelo menos até este domingo o veredito é fácil e cristalino: a Globo não escolhe muito bem seus candidatos e escolhe pior ainda as músicas que eles devem apresentar no palco.
Não vou citar nomes, porque meu papel não é destruir sonhos infantis (nem dos pais), mas fica evidente que muitas crianças sobem ao palco despreparadas, sem estofo e sem equilíbrio suficiente para a apresentação.
O que ocorreu nos últimos domingos foi uma sucessão de crianças nervosíssimas, tensas, o que se traduziu em respiração presa, cantos esganiçados, e, consequentemente, muita desafinação.
E olhem que o programa da Globo claramente faz uso de ferramentas digitais como o “auto-tune”, câmaras de eco etc. para reduzir os danos.
Sobra para jurados como Victor e Carlinhos Brown, por exemplo, fazer o cansativo papel de titios bonzinhos e explicar para a criança, com palavras delicadas, que ela ficou com o peito constipado de tanto nervosismo, não conseguiu respirar direito e que isso atrapalhou sua apresentação.
Não dá para culpar as crianças mesmo, mas os jurados do “The Voice Kids” pisam em ovos demais. E o tempo todo tentam ser mais fofos até que as crianças, o que cansa.
Outro problema mais evidente é que alguns candidatos e candidatas escolhem músicas (com aval da Globo) que absolutamente não têm condições de cantar, seja por limitação técnica ou por pura falta de tessitura.
Sobre os candidatos, devia ser óbvio que de nada adianta escolher uma música dificílima (fato que ocorreu em um momento neste domingo) se o candidato precisa fazer um esforço tão impossível para atingir as notas que acaba alterando a melodia e baixando o canto em uma oitava. Então por que escolheu uma música tão alta, criaturinha?
Também de nada adianta ter uma voz potente ou aparentemente afinada, se na hora da apresentação a criança desmorona de tensão sob o peso das câmeras. Aliás, são raras as crianças do programa totalmente concentradas, focadas e capazes de uma apresentação (quase) tecnicamente boa. E não é por falta de crianças que cantem bem, porque há.
Mas o que importa ainda menos ainda é se os candidatos são fofinhos, simpáticos, meigos ou articulados. Afinal, pelo que entendi, o programa da Globo quer escolher um novo talento, uma nova voz, e não a criança mais bonitinha do domingo à tarde.
@feltrinoficial
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