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Suspeito de esfaquear Salman Rushdie se declara inocente de tentativa de homicídio

Suspeito de esfaquear Salman Rushdie se declara inocente de tentativa de homicídio - Reprodução/Facebook
Suspeito de esfaquear Salman Rushdie se declara inocente de tentativa de homicídio Imagem: Reprodução/Facebook

18/08/2022 17h03

O suspeito de esfaquear o escritor britânico Salman Rushdie se declarou inocente hoje das acusações de tentativa de homicídio e agressão, em uma audiência em um tribunal no norte do estado de Nova York.

Hadi Matar, de 24 anos, reiterou, por meio de seu advogado, sua declaração de inocência das acusações que enfrenta por supostamente invadir o palco de um evento literário na última sexta-feira na cidade de Chautauqua e esfaquear Rushdie várias vezes no pescoço e no abdômen.

Preso logo em seguida, o suspeito já havia se declarado inocente durante uma audiência processual no sábado. O juiz ordenou mantê-lo detido sem direito a fiança e ele deverá comparecer perante o tribunal em 7 de setembro.

Com a cabeça baixa, Matar vestia um uniforme prisional com listras pretas e brancas na audiência, que atraiu um grande número de jornalistas.

Depois do ataque na sexta, Rushdie foi transportado por via aérea até um hospital próximo para uma cirurgia de urgência. Seu estado segue grave, mas ele mostrou sinais de melhora e foi retirado do respirador.

O escritor passou vários anos sob proteção policial após líderes iranianos ordenarem em 1989 aos muçulmanos que o matassem por blasfemar o Islã e o profeta Maomé em seu livro "Versos Satânicos", publicado no ano anterior.

A polícia e a promotoria deram poucas informações sobre Matar e as razões de seu ataque.

Matar nasceu nos Estados Unidos, mas sua família aparentemente é de Yaroun, no Líbano, de acordo com funcionários libaneses.

Rushdie, que nasceu na Índia em 1947, se mudou para Nova York há cerca de 20 anos e em 2016 obteve a cidadania americana. Apesar das contínuas ameaças contra sua vida, ele frequentemente era visto em público sem muita proteção.

O Irã negou qualquer vínculo com o ataque, mas acusou o escritor de "insultar" o Islã em seu livro de 1988.