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Calor, frio e pônei: atrizes viveram perrengue para gravar comédia nacional

Natália Lage, Thati Lopes e Júlia Rabello estrelam a comédia nacional "La Situación" - Divulgação
Natália Lage, Thati Lopes e Júlia Rabello estrelam a comédia nacional 'La Situación' Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

28/03/2023 04h00Atualizada em 28/03/2023 05h06

Absorvente recheado com cocaína no aeroporto, bebedeira com o "MST argentino" em uma ocupação, e uma viagem sinistra em um ônibus caindo aos pedaços. Esses são só alguns dos perrengues vividos pelas protagonistas de "La Situación", comédia nacional no formato "road movie" (filme de estrada) que está nos cinemas.

O filme conta a história de Ana (Natália Lage), uma mulher insatisfeita com a vida pessoal e profissional que descobre que recebeu uma herança de sua falecida avó argentina. Ao lado da melhor amiga Letícia (Júlia Rabello), uma mãe cansada da rotina com os filhos e o marido, e Yovanka (Thati Lopes), sua prima excêntrica e viciada em remédios, ela viaja ao país em busca dos bens. As três, porém, acabam confundidas com mulas de droga e se envolvem com um grande esquema de tráfico internacional.

Nos bastidores, Natália, Thati e Júlia também precisaram enfrentar as intempéries das locações da produção. A pandemia da covid-19, que angustiava o mundo enquanto o filme era gravado no Uruguai, tornou o desafio ainda maior, já que era preciso seguir os rígidos protocolos para evitar a transmissão da doença.

As três, porém, se lembram da experiência com bom humor e garantem que se divertiram muito nos bastidores.

"O tempo de execução não era grande, então a gente tinha que dar conta de fazer todas as locações. E é um filme em que você desloca muito", contou Júlia, que costuma estrelar esquetes do Porta dos Fundos ao lado de Thati, a Splash.

Muito calor, muita ação, frio... Tudo que tá no filme a gente passou. Só que a gente estava tão entusiasmado... E tava todo mundo vivendo essa pandemia, que foi uma loucura, uma situação muito difícil [...] Então, viver aquela oportunidade já era um superprivilégio. Júlia Rabello

"Tudo era tipo, 'vambora, vambora!'. Tem que subir no pônei, aí vocês vão dando a volta ali, vai ser mais ou menos 3 quilômetros até o outro lado. 'Vambora! Vamos lá, vamos lá!'. A gente tava muito, muito animada", se diverte Thati.

Parceria feminina

Para Natália Lage, um dos pontos altos do filme é o protagonismo feminino. A presença constante das três atrizes na tela também fez com que elas se unissem por trás das câmeras.

"É um filme com um protagonismo feminino num lugar onde você não vê tanto o protagonismo feminino. Você vê o protagonismo feminino, mas não nesse lugar dessa mulher independente, dessa mulher que está discutindo o trabalho, a liberdade sexual, outras questões que não uma possível relação amorosa", afirma.

A graça maior foi estar com essas meninas, entendeu? E tudo que partiu daí, que aconteceu depois daí, e o nosso encontro, e em tudo que a gente se identificou, e o afeto verdadeiro que se criou, foi maravilhoso. E, de cara, eu já admirava as duas, achava as duas muito fod*s. Natália Lage

Para o diretor Tomás Portella, ter três mulheres à frente do filme é uma questão de naturalizar esse tipo de dinâmica sem levantar uma bandeira: "Sou muito orgulhoso da forma que a gente está tentando militar um pouco através do riso, que acho que é a forma mais eficiente de militância e de cura", avalia.

Mocinho coadjuvante

No filme, até rola um "quase" romance com um policial federal disfarçado, interpretado por Dudu Azevedo, mas logo se vê que o rapaz não será um dos protagonistas da história.

Ele, que já foi galã em comédias como "Qualquer Gato Vira-Lata" e "Muita Calma Nessa Hora" e, mais recentemente, viveu Jesus em novelas da Record, aprovou seu papel de coadjuvante em "La Situación".

"Ele acha que vai dar um beijo na mocinha da história e que vai ser 'Vem comigo que eu te protejo, que eu sou o príncipe da sua vida.' E, na verdade, não é porr* nenhuma disso", brinca Dudu.