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Justiça bloqueia contas de Thiago Gagliasso por disseminar fake news

Thiago Gagliasso foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro em 2022 - Reprodução/Instagram
Thiago Gagliasso foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro em 2022 Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, de São Paulo

11/03/2023 13h09Atualizada em 12/03/2023 21h34

A Justiça do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de R$ 10 mil das contas bancárias de Thiago Gagliasso, 33, eleito deputado estadual pelo PL. A informação dada por Ancelmo Gois, do jornal O Globo, foi confirmada por Splash, que teve acesso à decisão.

Em julho de 2022, Thiago foi condenado a pagar indenização por danos morais contra a mãe de um dos mortos da operação policial que terminou com 28 mortes no Jacarezinho, em maio de 2021.

O ator fez uma falsa associação de Adriana Santana de Araújo Rodrigues ao tráfico de drogas. Na época, ele compartilhou a imagem de uma mulher segurando um fuzil, afirmando que ela era a mãe de Marlon Santana De Araújo. A informação já tinha sido desmentida pela polícia.

Insatisfeito com a condenação, Thiago Gagliasso tentou recorrer para modificar a sentença, mas o magistrado rejeitou o recurso e determinou agora o bloqueio no valor da condenação nas contas bancárias do deputado.

Segundo o advogado de Adriana, João Tancredo, a veiculação do vídeo na rede social de Thiago Gagliasso foi de "má-fé", "ignorando a dor de uma mãe que perdeu brutalmente seu filho, fato este que deve ser repelido para inibir, de vez, as repugnantes fake news".

Em nota, a defesa do deputado Thiago Gagliasso informou que apresentará as medidas judiciais cabíveis considerando que houve uma injusta condenação, sem que o deputado pudesse sequer apresentar seus argumentos e provas no processo judicial. A defesa tem esperanças de que a condenação não tenha tido qualquer viés político e confia na reversão do caso na Justiça.

Relembre o caso de Marlon Santana

A mãe de Marlon Santana de Araújo, 23, um dos 28 mortos do Jacarezinho, favela da zona norte do Rio, disse que, momentos antes de morrer na operação mais letal do estado, o filho pediu - via WhatsApp - que ela rezasse por ele.

Após a última mensagem de Marlon, que trabalhava como motoboy no Jacarezinho, a vendedora Adriana Santana de Araújo, 47, não conseguiu mais contato com o filho. A conversa se deu por volta das 8h30 de quinta-feira, 10 de maio de 2021.

"Eu creio que o Marlon não me falou exatamente onde ele estava, porque ele sabia que eu, sendo uma mãe leoa com meus filhos, ia entrar na comunidade com tiroteio ou sem. Até no final da vida, ele tentou me proteger", disse, emocionada ao UOL na época.

Horas após conversar com o filho, Adriana foi até a favela. A vendedora relatou que foi impedida por policiais de entrar na casa onde supostamente Marlon estaria - ele foi morto pela polícia em um imóvel. Segundo ela, no local haviam mães chorando e os agentes debochavam da situação.

Adriana - que tem outros dois filhos - contou que só conseguiu ver o corpo de Marlon no IML (Instituto Médico-Legal). Antes disso, ela foi ao Hospital Souza Aguiar, no centro, onde recebeu a notícia de que o filho estava morto. Segundo a família, o rapaz levou um tiro no tórax.