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Autor de obra de R$ 300 mil danificada no DF sobreviveu ao holocausto

O artista plástico Frans Krajcberg em foto de 2013 - Danilo Verpa/Folhapress
O artista plástico Frans Krajcberg em foto de 2013 Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

De Splash, em São Paulo

15/01/2023 04h00

A escultura "Galhos e Sombras", de Frans Krajcberg (1921 - 2017), foi uma das obras de arte danificadas no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), durante os ataques golpistas promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A obra de arte, que está avaliada em R$ 300 mil, teve a estrutura rompida em quatro partes. Em uma delas, houve a separação completa do suporte de apoio. A informação aparece em relatório preliminar do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

No site Blombô, que é especializado na comercialização de bens artísticos, um outro trabalho de Krajcberg é anunciado por R$ 280 mil. Trata-se da escultura "Raiz e Sombra", feita com madeira e pigmentos naturais.

Frans Krajcberg nasceu em 1921 em Kozienice, Polônia, e estudou engenharia e artes na Universidade de Leningrado.

O trabalho do escultor ficou conhecido pelo uso de raízes e troncos carbonizados que eram recolhidos de locais de queimadas e desmatamento — muitos lembram partes do corpo humano.

O artista era descendente de família judia e viveu de perto o horror do holocausto. A mãe dele foi enforcada e morta pela Alemanha Nazista. A família morreu em campos de concentração.

Krajcberg chegou a ser preso, mas conseguiu escapar para o lado soviético.

Mais sobre a história do artista

Frans Krajcberg  - Reprodução - Reprodução
Quadro 'Galhos e Sombras', de Frans Krajcberg, de 1963, danificado durante a invasão
Imagem: Reprodução
  • Foi viver em Paris após o fim da guerra;
  • Participou da Primeira Bienal de São Paulo;
  • O artista dividiu o tempo entre três residências, em Ibiza, Paris e Rio de Janeiro, até 1954;
  • Viveu isolado em uma zona de mineração em Minas Gerais, e um curto período no Paraná;
  • A mudança para o Rio de Janeiro aconteceu em 1956;
  • Foi naturalizado brasileiro em 1957;
  • Atuou como ativista ecológico;
  • Morou em um sítio em Nova Viçosa, na Bahia;
  • Morreu em 2017, no Rio de Janeiro.