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Léo Lins é condenado a indenizar mãe de criança autista em R$ 44 mil

Leo Lins pode ser preso por piada sobre crianças com hidrocefalia - Reprodução/Instagram (@leolins)
Leo Lins pode ser preso por piada sobre crianças com hidrocefalia Imagem: Reprodução/Instagram (@leolins)

De Splash, em São Paulo

19/08/2022 10h34

O humorista Léo Lins foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a indenizar em R$ 44 mil a mãe de uma criança autista a quem enviou ofensas por mensagem direta no Instagram.

Em 2020, Aline Mineiro, então namorada de Léo Lins, disse em seus stories que ele era "meio autista". Adriana Gonzaga, autora do processo, mandou mensagem para o comediante pedindo que ele recomendasse que Aline se retratasse, e recebeu ofensas como resposta.

"Eu já tentei. Juro que falei pra ela responder todas as pessoas que estão indignadas como você. Aconselhei ela a mandar vocês enfiarem uma r*la gigantesca no c*. Um p*u bem veiúdo, mais vascularizado que seu cérebro (se bem que pra isso não precisa muito)", escreveu Léo Lins.

"A ideia era socar essa r*la até a cabeça sair na boca, empalando o corpo. Depois remover a p*roca, (que aliás, estaria de máscara, pois não quero que pegue covid), remover cuidadosamente, o que deixaria um buraco cilíndrico, ai jogaria milho para o corpo se tornar um abrigo de pombas brancas da paz. Essa foi minha sugestão, mas ela achou absurdo. Prometo que vou seguir tentando."

Depois, Léo Lins e Aline Mineiro postaram um vídeo pedindo desculpas pela piada: "Às pessoas que vieram educadamente, aos familiares de autistas, aos autistas, desculpa. Às pessoas que vieram com agressividade, os torturadores digitais, às pessoas que exigiram um pedido de desculpas para o seu ego, eu sugiro terapia", disse Léo.

Na decisão de condená-lo por danos morais, a juíza Marcela Filus Coelho escreveu: "A mensagem enviada por Aline já era agressiva e atingiu quem defende uma causa (e não provocou qualquer reação por parte do réu). Instado, então, pela autora a pedir a retratação da namorada, ao invés de refletir sobre o tema, reconhecer o erro e demonstrar que pode se sensibilizar por quem enfrenta dificuldade, o demandado se valeu de agressão verbal".

"Deve ser levado em conta que o réu, após ser criticado, ao invés de responder no mesmo tom, se valendo de argumentos científicos (ou mesmo culturais), optou por demonstrar que, ao ser contrariado, atua sem a razão e foge do debate, descambando para a violência e para a falta de limites. Com o seu comportamento, incentiva outras pessoas a agirem da mesma forma, ou seja, sem pensar, estimulando o desrespeito ao próximo."

A juíza também lembrou que essa não é a primeira polêmica do tipo na vida de Léo Lins: "Uma rápida busca na internet revela que
ele é dado a agir contra quem é portador de enfermidades ou dificuldades".

A assessoria de Léo Lins foi procurada por Splash para comentar o caso, e o texto será atualizado assim que houver resposta.