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James Caan, ator de 'O Poderoso Chefão', morre aos 82 anos

James Caan morreu na noite de ontem aos 82 anos - Getty Images
James Caan morreu na noite de ontem aos 82 anos Imagem: Getty Images

De Splash, em São Paulo

07/07/2022 14h44Atualizada em 09/07/2022 17h13

James Caann, conhecido pelo papel de Sonny Corleone em "O Poderoso Chefão" (1972), morreu ontem, aos 82 anos. A informação foi revelada no perfil do Twitter do ator.

"É com grande tristeza que informamos o falecimento de Jimmy na noite de 6 de julho. A família agradece a manifestação de amor e sinceras condolências, e pede que continuem a respeitar a privacidade deles durante este período difícil", diz a publicação, encerrada com um "fim do tweet" — maneira como o artista terminava todos os posts na rede social.

A publicação não revela a causa da morte. Em fevereiro, o artista compareceu à comemoração dos 50 anos do lançamento de "O Poderoso Chefão".

Na ocasião, ele disse ao O Globo que pretendia trabalhar no próximo filme de Coppola. "É mais sobre o amor de uma família do que sobre ser um criminoso", declarou sobre o clássico.

Além do icônico filme que lhe rendeu a única indicação ao Oscar em 1973, o ator nova-iorquino também estrelou filmes como "Rollerball: Os Gladiadores do Futuro" (1975), "Uma Ponte Longe Demais" (1977), "Profissão: Ladrão" (1981) e "Louca Obsessão" (1990).

Artistas lamentaram a morte do ator.

James Edmund Caan nasceu em 26 de março de 1940 em Nova York, nos Estados Unidos, filho dos imigrantes alemães Sophie Caan e Arthur Caan. Disposto a não seguir a carreira do pai como açougueiro, ele pensou inicialmente em ser jogador de futebol, mas se interessou em atuar depois de estudar na Universidade Hofstra, também em Nova York.

Foi na universidade que ele conheceu o amigo e parceiro de trabalho Francis Ford Coppola. Na sequência, entrou para a Escola de Teatro do Bairro Playhouse, sendo creditado pela primeira vez em uma produção da Broadway em 1961 sobre a Segunda Guerra Mundial.

Seu primeiro trabalho profissional foi em 1961, nos palcos da Broadway, na peça "Blood, Sweat and Stanley Poole". Seguiu fazendo pequenas participações no cinema e na TV até que começou a se destacar e foi protagonista em "Na Faixa Vermelha" (1965) e "El Dorado"(1966).

Sua primeira associação significativa com o cinema hollywoodiano veio em "Caminhos Mal Traçados" (1969), dirigido por Coppola.

Inicialmente, Caan fez o teste para interpretar Michael Corleone, papel que acabou indo para Al Pacino. A atuação lhe rendeu sua única indicação ao Oscar e marcou época pela cena sanguinária da morte do mafioso.

Após uma década de trabalhos de sucesso, o artista passou por um momento conturbado com uso de drogas. A situação foi agravada pela morte prematura de sua irmã, Barbara Caan. Ele acabou se afastando do cinema e só retornou em "Jardins de Pedra" (1987), também dirigido por Coppola.

Últimas décadas

Da década de 1990 até hoje, o ator participou de mais de 20 filmes. Dentre eles, "Por Trás das Cenas", "Para Eles, com Muito Amor", "Miséria", "Lua de mel em Las Vegas", "Carne e Osso", "Queima de Arquivo", "Misericórdia", "Laços de sangue", "O conto da princesa Kaguya", "Olhos azuis do Mickey" e "Vovô disfarçado".

Além da sétima arte, Caan participou de projetos para a TV como "Las Vegas", "JL Ranch", "De volta ao jogo", e "Um vislumbre do inferno". Ele também teve um papel na animação de sucesso em "Tá Chovendo Hambúrguer" e na comédia natalina "Elfo".

O ator atuou na comédia romântica "As donas do pedaço" (2021), lançada no Brasil em junho.

Ainda há três produções inéditas que o artista estava envolvido: "Gun Monkeys", de Phillip Noyce, com Morena Baccarin e Pierce Brosnan; "Redemption", de Tom Burruss; "Acre beyond the rye", de André Gordon.

Caan se casou quatro vezes, com Dee Jay Mathis, de 1961 a 1966, Sheila Marie Ryan, de 1975 a 1976, Ingrid Hajek, de 1990 a 1994, e Linda Stokes, de 1995 a 2017. Ele deixa cinco filhos: o também ator Scott Caan, James Arthur Caan, Tara A. Caan, Jacob Nicholas Caan e Alexander James Caan.