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Máscara é item raro no Lolla, primeiro grande festival após covid

Renilton Cavalcante e Júlia Maria, de Maceió: peixes fora d"água e de máscara no Lolla - Mariana Pekin / UOL
Renilton Cavalcante e Júlia Maria, de Maceió: peixes fora d'água e de máscara no Lolla Imagem: Mariana Pekin / UOL

Renata Nogueira

De Splash, em São Paulo

25/03/2022 21h32

Embora a organização do Lollapalooza Brasil tenha recomendado o uso de máscaras, o item de proteção foi item raro no rosto dos frequentadores do primeiro dia do festival em São Paulo.

Primeiro evento de grande porte em São Paulo desde o início da pandemia, em 2020, o Lollapalooza se "beneficiou" da decisão do governo estadual, que liberou o uso de máscaras em locais abertos e fechados semanas antes do festival.

A reportagem de Splash rodou o Autódromo de Interlagos e viu pouquíssimas pessoas de máscara. Entre os mascarados abordados, a maior parte era de outros estados e se dizia surpreso com o comportamento do público paulista.

Fotos do 1º dia do Lollapalooza Brasil 2022

Renilton Cavalcante, de Maceió, veio para o Lolla com a filha de 15 anos, Júlia Maria. Ambos circulavam de máscara, um cuidado extra por morarem com um idoso e uma criança de 2 anos que ainda não foi vacinada por causa da faixa etária.

A gente se sente um peixe fora d'agua. Nem em sentido de medo por causa da saúde, mas por ser estranho só você estar de máscara.

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Renilton Cavalcante e Júlia Maria, de Maceió: peixes fora d'água e de máscara no Lolla
Imagem: Mariana Pekin / UOL

"Sei que 90% das pessoas em SP já estão vacinadas, tem um distanciamento legal no autódromo que dá pra manter se tiver cuidado, mas mesmo assim parece que a gente é um estranho no ninho", disse Renilton.

As amigas Luísa, Ísabela e Maria Carolina, de Belo Horizonte, também vieram de máscaras e não tinham intenção de tirá-las, apenas para comer. "A galera já está muito confortável de ficar sem máscara e a gente ainda não se sente tranquila. Sei que flexibilizou, mas não acho que era a hora ainda. Tem casos ainda e também muita gente que não está vacinada", explica Ísabela.

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Maria Carolina Tavares, Ísabela Gontijo e Luísa Castro, de BH: a pandemia ainda não acabou
Imagem: Mariana Pekin / UOL

O Lollapalooza é a primeira viagem das amigas mineiras depois da pandemia. "É a primeira vez que a gente está saindo assim de casa, para ir num evento", diz Maria Carolina, que acrescenta. "A gente viu muita gente no shopping, no metrô, sem máscara. É muito estranho para a gente ainda". Em MG o governo estadual flexibilizou o uso de máscaras apenas em locais abertos.

Mas, entre os paulistas, também havia também quem discordasse da medida anunciada pelo governador João Doria. A psicoterapeuta Daniela Abade, de Campinas (SP), veio para o Lollapalooza com a filha, Vitória, e a sobrinha, Mariana. As três estavam de máscara mesmo no ambiente aberto do autódromo.

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Da direita pra esquerda, Daniela, Mariana e Vitória Abade, de Campinas (SP): de máscara no Lolla
Imagem: Mariana Pekin / UOL

"Ainda não estamos nos sentindo seguras quanto ao controle da pandemia. É muito recente a liberação do uso de máscaras. A gente ainda não sabe qual vai ser a consequência. Como aqui tem muita aglomeração achamos melhor tomar um cuidado um pouquinho maior", justifica Daniela.

Não está atrapalhando em nada a diversão. A gente vai curtir, pular, dançar, tudo do mesmo jeito.

Apesar de ter liberado o uso de máscaras, seguindo a recomendação do governo estadual, a organização do Lollapalooza exigiu do público o comprovante de vacinação com, no mínimo, duas doses. O comprovante físico ou digital foi checado na entrada do evento.

Famosos curtem o primeiro dia de Lollapalooza

Vacinados, os amigos Alex Mascarenhas, Lucas Izidro e Eduardo Pignata, de São Paulo, dispensaram o uso de máscara nos ambientes abertos do Lolla. "Como é um lugar aberto e dá para manter a distância das pessoas eu acho que está tranquilo. Logicamente não sou a pessoa que vai ficar na grade do show, porque lá me importaria comigo e com os outros. Mas como vou ver os shows de longe, acho que não tem problema", contou Lucas.

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Alex Mascarenhas, Lucas Izidro e Eduardo Pignata: 'sem máscara' no Lolla
Imagem: Mariana Pekin / UOL

Com as máscaras em mãos, os meninos pretendem usar o item apenas em situações específicas. "O que eu pretendo é usar a máscara quando tiver aglomeração. Por exemplo, se pegar fila pra cerveja, vou colocar a máscara e tirar só onde estiver mais vazio", explicou Eduardo.

Uma forte chuva com ventos de até 70 km/h atingiu o Lollapalooza na tarde de hoje, deixando a maior parte do público ensopado. Como as máscaras úmidas ou molhadas perdem a efetividade, menos pessoas ainda apareciam com o item depois do temporal. A organização e os prestadores de serviço receberam máscaras, mas no fim do dia a maior parte deles também já tinha abandonado o item.

O Lollapalooza acontece hoje, amanhã e domingo no autódromo de Interlagos, em São Paulo. A banda The Strokes fecha a noite desta sexta-feira. No sábado é a vez de Miley Cyrus comandar o último show do palco principal e no domingo o Foo Fighters encerra a programação.