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Repórter ucraniano pede morte de crianças russas, cita nazismo e recua

O jornalista ucraniano Fakhrudin Sharafmal se desculpou após fazer referência nazista e defender a morte de crianças russas na TV - Reprodução
O jornalista ucraniano Fakhrudin Sharafmal se desculpou após fazer referência nazista e defender a morte de crianças russas na TV Imagem: Reprodução

Colaboração para Splash, em Maceió

18/03/2022 12h08

O repórter ucraniano Fakhrudin Sharafmal causou polêmica após defender, na TV Canal 24 (25 Kanal), a morte da população russa, inclusive de crianças, em meio à guerra travada entre seu país e a Rússia.

Na ocasião, o jornalista também polemizou por ter feito referência a Adolf Eichmann, um dos mais conhecidos líderes da Alemanha nazista, aliado próximo do ditador de extrema-direita Adolf Hitler, e um dos principais organizadores do Holocausto, que provocou a morte de milhões de judeus. Posteriormente, ele recuou e pediu desculpas.

Ao iniciar sua fala, Sharafmal disse ter compreensão de que, como jornalista, ele deve "ser imparcial e se manter equilibrado", porém, dado o atual cenário belicoso, "tem sido muito difícil permanecer calmo". Nesse momento, ele se referiu ao fato de serem classificados como nazistas por Moscou e citou Eichmann.

"Já que estamos sendo tachados de 'nazistas' e 'fascistas' pela Rússia, eu poderia citar Adolf Eichmann, que disse que, para destruir uma nação é necessário começar matando seus filhos. Se você matar os pais, seus filhos vão crescer e, eventualmente, irá vingar a morte deles, mas se você matar as crianças primeiro, elas nunca vão crescer e a nação vai perecer", afirmou.

Por fim, o repórter se predispôs a assassinar as crianças russas, uma vez que o exército, por questões legais, não pode cometer crimes contra crianças.

"Devemos vencer e, se para isso eu tiver que massacrar famílias russas, estarei ansioso para fazer isso. Glória à nação ucraniana", completou.

A declaração polêmica foi repercutida pela Rússia por meio das redes sociais. Posteriormente, a emissora ucraniana publicou um pedido de desculpas de Fakhrudin Sharafmal.

Segundo o repórter, sua fala se deu em um contexto de "dor e tristeza" por saber da morte do comandante Pavel Sbitov, do 503º Batalhão de Fuzileiros Navais da Ucrânia, de quem ele era amigo, que foi morto pelas tropas russas, que acabaram "falando mais alto". "Mais uma vez, peço desculpas".

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia foi iniciada no mês passado, após Vladimir Putin autorizar a invasão do país vizinho, como forma de barrar a entrada da nação europeia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Desde então, foram feitas algumas reuniões para colocar um ponto final no confronto, mas, segundo a Rússia, a Ucrânia estaria "atrasando" os acordos. Enquanto a paz não chega, os russos continuam suas investidas sobre o território ucraniano, agora com ataques em Lviv, principal porta de saída de refugiados com destino para a Polônia.

A guerra, que já deixou centenas de mortos e milhões de refugiados, também tem preocupado a ONU (Organização das Nações Unidas) pela iminência da volta da fome generalizada na Ucrânia, com o fim dos mantimentos para as cidades mais atacadas, a exemplo de Mariupol.

Hoje, a entidade se prepara para atender 3 milhões de ucranianos que correm o risco de não ter alimentos. Para isso, 12 mil toneladas de comida estão sendo levados ao país que era um "celeiro do mundo", dada sua excelência na exportação de cereais para outros países.