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Morre Kim Ki-Duk, diretor coreano premiado em Veneza e Cannes, de covid-19

O diretor Kim Ki-Duk em 2017, durante a exibição do filme "Moebius" no Festival de Veneza - AP Photo/Domenico Stinellis
O diretor Kim Ki-Duk em 2017, durante a exibição do filme "Moebius" no Festival de Veneza Imagem: AP Photo/Domenico Stinellis

De Splash, em São Paulo

11/12/2020 09h45

O cineasta sul-coreano Kim Ki-Duk, conhecido por filmes como "Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera" (2003) e premiado em festivais como Berlim, Veneza e Cannes, morreu aos 59 anos por complicações da covid-19. A informação é do Deadline.

Ki-Duk estava internado em um hospital na Letônia após contrair o coronavírus. De acordo com autoridades locais, o cineasta coreano viajou até o país europeu com a intenção de estabelecer residência por lá.

Acusações de abuso

No final de 2017, o diretor foi acusado de agressão e abuso sexual por uma atriz de um de seus filmes, que se manteve em anonimato durante o processo. Ela disse que Ki-Duk a atacou fisicamente no set e a obrigou a fazer cenas de nudez e sexo que não estavam no roteiro.

Após a primeira acusação, várias outras atrizes se apresentaram à imprensa contando histórias semelhantes. Por sua parte, o cineasta admitiu que dava tapas nos atores como "parte do processo" de preparação para seus filmes, mas negou as acusações de abuso sexual.

27.ago.2014 - Diretor Kim Ki-duk promove o filme "One on One" durante o 71º Festival de Veneza - David Azia/AP - David Azia/AP
27.ago.2014 - Diretor Kim Ki-duk promove o filme "One on One" durante o 71º Festival de Veneza
Imagem: David Azia/AP

Filmes e prêmios

Na ativa desde 1996, Ki-Duk se tornou, durante as últimas décadas, um dos diretores mais reconhecidos e controversos da Coreia do Sul. O seu "A Ilha" (2000), que incluía cenas de violência reais contra animais, provocou frisson em Veneza quando espectadores desmaiaram e vomitaram durante sessões.

Em 2004, venceu tanto o Urso de Prata em Berlim (por "Samaritana") quanto o Leão de Prata em Veneza (por "Casa Vazia"). Já em Cannes, ganhou prêmio na mostra Un Certain Regard com o documentário "Arirang" (2011).

O último trabalho de Ki-Duk foi "Din", lançado em 2019, produzido parcialmente no Cazaquistão, após as acusações de assédio o transformarem em "persona non-grata" no circuito mainstream.