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"O trap está conectado com a juventude", diz Matuê após primeiro álbum

O rapper Matuê Divulgação / Felipe Vieira

De Splash, em São Paulo

23/09/2020 12h00

No dia 10 de setembro, o trapper Matuê lançou seu primeiro álbum, "Máquina do Tempo". E, mesmo se você não curte muito essa vertente do hip-hop, deve ter topado com algum sucesso do rapper nas listas de mais tocadas nas plataformas de streaming.

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Todas as sete músicas do álbum foram parar no top 15 do Spotify e nas primeiras 24h pós-lançamento o álbum foi tocado 4,6 milhões de vezes na plataforma, desbancando um recorde que era da Anitta, com "Kisses" e seus 4,2 milhões de plays.

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Em entrevista a Splash, Matuê disse que esperava bons frutos, mas não imaginava que fosse algo tão rápido. E ele assume que o resultado bom é por causa da molecada que ama trap.

Trap e os jovens não se separam. A galera é ávida, briga pelos seus artistas. A escolha do jovem sobre o que é a parada do momento é subestimada. É impressionante o quanto isso teve influência no sucesso do álbum.

Você tá ligado o que é trap?
Trap é uma espécie de mutação do rap, pilar da cultura hip-hop. A nova vertente, criada nos EUA na década passada, tem como principais características "o mexido de batidas, sintetizadores e graves robustos e timbres mais melódicos".

Matuê traz muito da sua própria vida, angústias e conquistas no álbum. O artista conta que esse disco é quase um desabafo pro mundo.

Me inspirei na minha experiencia pessoal, ali é minha história na forma de um super-herói. Eu peguei muitas as experiências reais e traduzi numa forma psicodélica para dentro das musicas.

Se as redes sociais são um palco para divulgação do trabalho, ao mesmo tempo elas são motivo de preocupação para Matuê, que vira e mexe está falando em fugir delas. Alô, "O Dilema das Redes"?!

Meu relacionamento com as redes sociais tem evoluído muito. Existe um vício real com o celular, parece extensão do nosso braço, é uma coisa que dá medo. Eu penso em participar do debate, mas sem precisar estar nela a todo tempo. Se for para aparecer lá, que eu faça algo que valha a pena.

A pausa nos shows por conta da pandemia do coronavírus fez com que Matuê e sua equipe conseguissem pensar com calma no novo álbum e promovessem ativações, como uma arte pintada em um prédio no Centro de São Paulo.

Ativação do novo álbum do Matuê Imagem: Divulgação

Além de dar nome ao álbum, "Máquina do Tempo" é a música que abre os trabalhos. Ela conta com o sample da música "Como Tudo Deve Ser", do Charlie Brown Jr, e é uma das queridinhas do trapper. Fã da banda santista, ele lembra até hoje dia que conheceu seu ídolo, Chorão, em 2012.

Quando era novo, fui andar de skate numa pista e o Chorão, que ia tocar no festival Ceará Music, tava lá. Eu conheci o homem em pessoa. No show, vi ele falando coisas incríveis para uma multidão, impactando na vida de quem estava ali. Foi incrível. Ter esse sample no meu disco é um sonho.

Nascido em Fortaleza, o cantor passou parte da infância morando em Oakland, Califórnia. Foi lá que Matuê aprendeu sobre a cultura hip-hop e toda essa bagagem resultou no que o artista é hoje.

O rap faz frente no mercado musical de lá. Quando eu tava lá, menorzinha, o rap fazia parte da cultura básica. Isso é uma influência na minha formação. Consegui enxergar de uma outra forma, ver o impacto desse trabalho na cultura hip-hop

E sobre futuras parcerias? Matuê diz que pensa nisso com muita calma.

Eu estou sempre aberto, mas eu priorizo a conexão natural. Eu posso fazer uma musica com o cara mais sinistro do mercado. No momento, meu objetivo é expandir ainda mais meu nome e mostrar que o trap, o rap, a cultura hip-hop no Brasil são grandes.

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