Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Gilberto Gil e Fernanda Montenegro podem levar algum frescor para a ABL
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São dias tristes para aqueles que defendem que apenas escritores devem ocupar as cadeiras da Academia Brasileira de Letras. Pouco tempo depois da atriz Fernanda Montenegro ser eleita para a instituição, agora é a vez do cantor e compositor Gilberto Gil ganhar um assento na casa fundada por Machado de Assis e seus camaradas no final do século 19.
Os puristas que torcem a cara para um precedente criado pela ABL ainda no final do século retrasado (Barão do Rio Branco, longe de ser um literato, foi eleito para a confraria de amigos em 1898) talvez peguem mais leve com Gil do que pegaram com Fernanda. Quem sabe compreendam que a literatura também está em letras como "Refazenda", "Domingo no Parque" e "A Novidade".
Diferente de Fernanda, que levou a eleição sem concorrer com ninguém, Gil desbancou em seu périplo ao fardão um nome relevante de nossa literatura contemporânea: Salgado Maranhão, poeta. Sequer convém comparar a obra de um e de outro. Como escrevi na coluna de ontem, ser eleito para a ABL costuma ter mais a ver com o cumprimento de certos protocolos e uma disposição considerável ao ritual de beija-mão e tapinhas nas costas do que qualquer outra coisa. Aliás, o comentário de hoje sobre a eleição do músico é um complemento àquele texto, que recomendo a leitura.
As eleições de Fernanda Montenegro e Gilberto Gil podem levar certo frescor à Academia. Estão longe de representar um aceno ao século 21, aos movimentos mais urgentes de nosso tempo, como a nomeação de Conceição Evaristo em 2018 poderia ter representado. Ainda assim, são cabeças que podem arejar a instituição e conectá-la com o que acontece no mundo além dos gabinetes.
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