Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Não sabe lidar com seus fantasmas? Tem uma boa HQ para você
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Leon é o esverdeado de chapeuzinho e gravata borboleta que pensa demais. Ele gosta de fazer longos discursos, controlar tudo, ensaiar conversas que nunca acontecerão. Sempre tem na manga um discurso e um plano de fuga. Gosta de prazos, discussões e de se exibir; repudia a sujeira, os atrasos e filmes de comédia.
É Leon quem aparece durante a noite para atrapalhar o sono, metendo caraminholas na cabeça de alguém que só quer dormir. Ele também vive preocupado com o futuro e jamais esquece os erros do passado. Saúde mental? Despreza. Autoconfiança? Não sabe muito bem que bicho é esse.
Leon me ganhou, mas ele não está só. Victor, seu parceiro roxo e com galhada na cabeça, é o sonhador. Já Ulisses é o destruidor descabelado e vermelho (na falta de uma opção melhor para apontar a cor que não sei exatamente qual é). Enquanto um diz "O que é que você está fazendo da sua vida?", outro sugere: "Sabe o que? A gente devia fugir do país. Tipo, agora!". O terceiro afirma: "É! Só se vive uma vez".
Ulisses, Victor e Leon são os fantasmas que atormentam a cabeça de Lark, jovem que vive tentando equilibrar vozes que pintam no seu cérebro e às vezes transbordam pela boca. É a moça - uma jovem no começo da vida adulta - que protagoniza os quadrinhos de "Como Lidar Com os Seus Fantasmas", livro da quadrinista curitibana Lark publicado pela Arte & Letra. Sim, são os próprios fantasmas que a artista leva para os seus desenhos.
Victor que dá o tom da relação de Lark com o trabalho: "Chega de trabalhar! Eu quero ver TV! Chega de trabalhar! Eu quero ver TV!!! Chega de trabalhar!!", atormenta. Quando a garota cede, é ele quem volta a importunar: "É sério que você vai ver TV com todo o trabalho que nós temos que fazer?".
Entre a pressão para produzir o dia inteiro (e todo dia), dar sempre o melhor de si (e sabe-se lá exatamente o que é esse melhor), nutrir uma profunda desconfiança das próprias capacidades e ver a tristeza sendo alimentada com pequenos contratempos e expectativas frustradas, Lark segue. Ciente dos tormentos, assume de cara que não faz ideia de como deve lidar com os fantasmas, mas busca seu jeito.
Explorando questões que atormentam uma geração de brasileiros, não é difícil de imaginar por que a quadrinista já tem hoje mais de 47 mil seguidores no Instagram, onde também publica histórias de seus personagens. São tirinhas simpáticas que funcionam tanto de forma independente quanto, em livro, como uma história sequencial de fôlego maior. Vale conhecer.
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