REPORTAGEM
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Garcia minimiza incidente na CNN: "Fui avisado que não tinha mais tempo"
Mauricio Stycer
Jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 29 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o "Lance!" e a "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Adeus, Controle Remoto" (editora Arquipélago, 2016), "História do Lance! ? Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo? (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011). Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Colunista do UOL
06/05/2021 21h24
O jornalista Alexandre Garcia minimizou o incidente que protagonizou na manhã desta quinta-feira (06) na CNN Brasil. Questionado pelo âncora Rafael Colombo sobre algo que havia dito, o comentarista permaneceu em silêncio por 12 segundos e não respondeu. Segundo Garcia disse ao UOL, ele havia sido avisado pelo ponto eletrônico que o seu tempo estava esgotado e, por isso, permaneceu em silêncio.
"Aconteceu que a editora me avisou no ouvido que eu não tinha mais tempo, que tinha se esgotado e eu tinha que devolver. Que eu tinha só um minuto. Só isso", disse o jornalista ao UOL, por telefone, esta noite.
Perguntei a Garcia sobre o significado da observação feita em seguida ("Não sei se eu volto"), colocando em dúvida se voltaria a apresentar o programa. Respondeu ele: "Ou eu continuo falando, e não tenho mais tempo, ou eu respondo. O que que eu faço? Aí eu não fiz nada".
Ainda segundo Garcia, a frase que disse a Colombo ("Eu não estou sendo entrevistado") não foi uma crítica. "Adoro perguntas", afirmou.
Por fim, Garcia disse que está tudo certo com a CNN. "A menina foi orientada a não me interromper mais. Todos os dias, ela fica lá 'acabou o tempo', 'acabou o tempo'. Ninguém aguenta."
Mais cedo, a CNN Brasil disse, por meio de sua assessoria, que Alexandre Garcia "seguirá no quadro" do telejornal.
Vídeos apagados no You Tube
Durante a conversa, questionei Garcia sobre os vídeos recentemente apagados em seu canal no You Tube. O jornalista teve um vídeo apagado pela empresa no final de abril e, em seguida, vários outros foram tirados do ar por iniciativa própria. "Não foi pra mim, não. Foi o Google no mundo inteiro", respondeu. Em seguida, a ligação caiu e não consegui mais falar com ele.
Segundo um levantamento do programador Guilherme Felitti, do estúdio Novelo Data, desde 30 de abril, Garcia já apagou 66 vídeos e colocou mais de 400 como "privados", ou seja, inacessíveis para qualquer pessoa fora o administrador do canal.
São vídeos em que Garcia defende o presidente Jair Bolsonaro, apoia o uso da cloroquina para tratamento da covid-19 e outras medidas do governo. A um seguidor que perguntou a razão de apagar os vídeos, o jornalista respondeu: "Regras da empresa".