Topo

Mauricio Stycer

TV Cultura critica Bolsonaro e diz: "Não damos espaço para homofobia"

Aldo Quiroga, apresentador do "Jornal da Tarde", lê "esclarecimento" com críticas ao presidente Jari Bolsonaro  - Reprodução
Aldo Quiroga, apresentador do "Jornal da Tarde", lê "esclarecimento" com críticas ao presidente Jari Bolsonaro Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

11/11/2020 20h37

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Em um "esclarecimento" divulgado no início do "Jornal da Tarde" nesta quarta-feira (11), a TV Cultura criticou o presidente Jair Bolsonaro por duas declarações feitas na véspera.

"Nesta edição, este é o único momento em que você vai ouvir as palavras 'pólvora' e 'maricas'. Uma hipotética guerra entre Brasil e Estados Unidos contraria toda lógica. Não damos espaço para homofobia. E 162 mil mortos não admitem qualquer adjetivo de palanque; só atitude de enfrentamento para salvar vidas", disse Aldo Quiroga, que divide a bancada com Joyce Ribeiro e é também editor-chefe do telejornal.

O apresentador se referiu a duas falas do presidente. Na primeira, falando sobre uma eventual segunda onda de covid-19 no Brasil, Bolsonaro disse: "Tem que deixar de ser um país de maricas". A segunda, "quando acabar a saliva, tem que ter pólvora", foi em resposta a uma possível pressão do próximo presidente americano, Joe Biden, sobre a política ambiental.

Quiroga completou o esclarecimento dizendo: "Gastamos 30 segundos com o diversionismo de hoje. Agora vamos às notícias que realmente podem mudar a sua vida."

O tom crítico, bem dosado, merece elogios. Foi um comentário à altura das declarações do presidente. Vale questionar se o telejornal adotaria o mesmo tom em relação ao governador João Dória. A TV Cultura, gerida pela Fundação Padre Anchieta, é vinculada ao governo de São Paulo.

Bolsonaro considera Dória um rival. Na terça, o presidente festejou a decisão da Anvisa de suspender as pesquisas da vacina Coronavac, feita pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. A Anvisa autorizou nesta quarta a retomada das pesquisas.