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Atrasos e cancelamentos em aeroportos do Brasil em 2022 já superam 2021

Movimentação em Cumbica, o aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos Imagem: Paulo Guereta/Folhapress

De Nossa

16/08/2022 14h50

Os índices de cancelamentos e atrasos em aeroportos brasileiros até julho de 2022 já superam aqueles alcançados em todo o ano de 2021. A conclusão é de um levantamento realizado pela consultoria especializada em direito de passageiros aéreos AirHelp.

No total, 5,2 milhões ocorrências deste tipo já aconteceram no período deste ano analisado, um índice significativamente maior que as 4,5 milhões do último ano. O total de passageiros foram transportados entre janeiro e julho de 2022, no entanto, também é maior do que todo o ano de 2021 — foram 41,2 milhões contra 40,6 milhões no ano passado.

Um em cada sete passageiros foi afetado por atrasos e cancelamentos nos sete primeiros meses do ano, mas ao comparar a frequência deste tipo de transtorno no último ano, ela teve incidência menor: um em cada nove passou por este problema em 2021.

É possível que atrasos e cancelamentos tenham se tornado mais frequentes não só pelo aumento substancial de passageiros nos aeroportos, mas também como consequência direta do caos aéreo que afeta Europa e Estados Unidos. Voos vindos destas regiões podem ter impactado a rotina dos terminais (e viajantes) brasileiros.

Atrasos mais longos também cresceram

Atrasos superiores a quatro horas afetaram 95,3 mil passageiros de janeiro a julho deste ano contra 19,9 mil no mesmo período do ano anterior. Isto representa uma alta de quase cinco vezes, impactando um em cada 215 passageiros.

700,9 mil passageiros tiveram voos cancelados no mesmo período de 2022 contra 226,4 mil de janeiro a julho de 2021, um problema que atingiu um em cada 29 passageiros nos últimos sete meses. Estes tipos de ocorrências, quando não causados por motivos de força maior, como condições meteorológicas, são elegíveis para pedidos de indenização às companhias aéreas.

Movimentação de passageiros no saguão do Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, em março de 2022 Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

No total, segundo análise da AirHelp, 640 mil viajantes — ou um em cada 51 passageiros afetados por atrasos e cancelamentos já este ano — podem pedir a compensação financeira às empresas. No último ano, foram 246 mil viajantes prejudicados no mesmo período de sete meses em 2021, o que afetou um em cada 83 passageiros.

Férias de julho foram mais caóticas

Quase um milhão de viajantes sofreram com atrasos e cancelamentos de voos em aeroportos no Brasil no mês de julho. O mês de férias escolares alcançou 972 mil atingidos por este tipo de transtorno, quase três vezes mais o que ocorreu no mesmo mês de 2021, quando 334 mil passageiros passaram por situação semelhante.

Isto representa um salto de um cenário em que um em cada 11 passageiros teve voo cancelado ou atrasado para o atual, em que um em cada sete se viu prejudicado. Ou seja, as férias foram caóticas com mais frequência para os brasileiros em 2022. Cancelamentos atingiram 85,3 mil passageiros — um em cada 240 — enquanto em julho de 2021 este número foi de 34,5 mil passageiros — um em cada 113 —, o que indica que 2022 teve menor frequência de cancelamentos entre os perrengues de aeroportos.

O caos aéreo europeu (foto) e americano, assim como o maior número de brasileiros viajando, pode estar relacionado ao crescimento em atrasos e cancelamentos no país Imagem: NurPhoto via Getty Images

Já os atrasos foram a causa mais provável dos transtornos: um em cada sete passageiros teve seu voo com partida ou chegada em horários alterados, contra um em cada 13 em 2021. Na prática, 886,6 mil viajantes estiveram atrasados em julho, quando em 2021 este volume chegou a apenas 334,6 mil.

Os atrasos superiores a quatro horas também foram mais frequentes: eles impactaram 13,6 mil consumidores ou um em cada 516 passageiros. Em julho do ano passado, os passageiros afetados por essa situação foram 4,9 mil, um em cada 795 passageiros. A AirHelp estima que 99,5 mil passageiros que voaram em julho de 2022 podem pedir indenizações às aéreas.

Posso pedir indenização?

Como mencionado anteriormente, além dos que tiveram voos cancelados, aqueles que sofreram atrasos superiores a quatro horas podem pedir a reparação financeira às companhias aéreas.

É preciso, no entanto, comprovar que o atraso ou cancelamento causou sofrimento, estresse ou prejudicou o usuário de alguma forma — caso tenha perdido uma consulta médica importante ou tenha sido demitido, por exemplo.

Imagem: Getty Images/iStockphoto/lucato

Além disso, a lei protege o viajante que voaria e passou por problemas de responsabilidade da companhia. Um grande atraso devido a condições meteorológicas extremas pode não ser considerado de responsabilidade da aérea por um juiz.

No entanto, o tratamento dispensado pela empresa ao cliente neste momento, caso seja insatisfatório, pode dar ao passageiro direito à indenização, como é o caso de situações de aviso tardio do cancelamento ou overbooking, por exemplo.

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