Fibras naturais dão origem a pufes, almofadas e painéis com olhar criativo
Carol Scolforo
Colaboração para Nossa
15/03/2022 04h00
Quem diria que depois de termos tantos materiais industrializados no mundo voltaríamos a nos encantar por fibras naturais? Tendência prevista e consolidada nos tempos mais recentes, materiais orgânicos têm ganhado aplausos tanto no palco da moda quanto no do design.
O desejo de voltar às origens e de desacelerar ajuda a explicar esse fascínio. No caso de Tiago Braga, a urgência é pensar em um mundo mais sustentável mesmo. De Osório, no Rio Grande do Sul, o menino cresceu com o artesanato na veia, entre o mar e a natureza de sua região.
Desde criança gostava de arte. Eu desenhava os cenários das peças de teatro que fazíamos na escola, me envolvia da pesquisa conceitual ao desenho, pela execução até a divulgação"
Quando finalizou o curso de Publicidade, em 2019, viu a direção de arte aflorar ao ler um livro de Adélia Borges, renomada curadora de design brasileira. Decidiu que sua Tese de Conclusão de Curso seria sobre design e sustentabilidade.
"Fui pesquisar o universo do consumo e da degradação do meio ambiente e me interessei muito." Nascia assim o ateliê Oiamo (@oiamodesign).
Fibras da natureza
Após criar estampas, abraçou a rede de costureiras do Grupo Ames, que elaborou a primeira coleção de almofadas. "Comecei a encontrar pessoas que têm menos oportunidades, passei a identificar o fazer manual delas e a pensar no conceito, que envolve, por vezes, uma lenda folclórica, por exemplo", diz.
Assim, em mãos habilidosas, sob sua direção criativa, a fibra do caule da bananeira, o sisal, a palha e resíduos da indústria têxtil ganham valor e sentido para dar graça e rusticidade à casa.
"O Oiamo é um ateliê nômade, que busca revelar manualidades e perpetuá-las", conta Tiago. São quase três anos na ativa, pouco tempo aos olhos de muita gente. Mas suas criações passaram por curadorias de lojas importantes do segmento, como a Feira na Rosenbaum, que vende alguns itens.
"No momento estou trabalhando com uma aldeia guarani com mais de 40 famílias. A única fonte de renda deles é o artesanato. São pessoas que estavam quase desistindo de fazer o que fazem porque não eram valorizadas. Eu me realizo vendo a transformação que a remuneração justa leva à vida deles. Isso é o que mais me inspira."
“Ele traz uma curadoria de arte, antiguidades e design vintage. Acho interessante a estética wasabi, da imperfeição e das marcas do tempo sobre os objetos. Gosto muito dessa estética.”
"Li é uma pesquisadora de design contemporâneo. Identifica movimentos do design como um todo e faz um link com comportamento e o contexto histórico. Gosto bastante.”@s que me inspiram
@wujing1976
@lidewijedelkoort