'Desprestigiada', premiação dos melhores da Superliga causa saia justa

Se o prêmio de melhor jogadora da final da Superliga feminina para Jaqueline, há duas semanas, já havia causado estranheza, a premiação dos melhores da Superliga masculina neste sábado, após a final vencida pela Cimed/Malwee contra Bonsucesso/Montes Claros, foi ainda mais curiosa.

Como se não bastasse o fato de ter contado apenas com dirigentes de vôlei e patrocinadores e não ter nenhum atleta de outros esportes, ao contrário da final feminina, quando o atacante Ronaldo, do Corinthians, e as saltadoras Maurren Maggi e Fabiana Murer estiveram entre os convidados, a premiação chegou a gerar dúvida até mesmo entre os próprios vencedores.

Embora tenha ficado apenas em sétimo lugar nas estatísticas, o ponteiro Thiago Alves foi eleito o melhor atacante da competição, repetindo feito do ano passado e deixando para trás o companheiro Bob, o ponteiro Diogo, de Montes Claros, o também ponteiro Bruno Zanuto e o oposto Wallace, ambos do Sada/Cruzeiro, entre outros que estiveram a sua frente no ranking.

Surpreso com o troféu, Thiago Alves resumiu a conquista: “É uma mentira”, brincou o atacante. “No ano passado eu acho que mereci mais, mas neste ano eu não acho que tenha sido o melhor. Vou levar isso como um presente, mas não vou considerar como um prêmio”.

O central Rodrigão, do Pinheiros/Sky, levou um susto ao ouvir seu nome durante a premiação. Sem entender a categoria em que estava sendo homenageado, foi avisado pelos jogadores da Cimed de que havia ficado com o troféu de melhor bloqueio, embora tenha sido apenas o nono colocado neste fundamento segundo as estatísticas da CBV.

O líbero Escadinha, por sua vez, já parecia saber da premiação com antecedência, mas também entrou na quadra com um ar sem graça. Apesar de ter ficado entre os melhores na defesa, o selecionável, que defendeu o Brasil Vôlei Clube durante a Superliga, sequer apareceu entre as 10 melhores recepções, mas foi este o prêmio que ele conquistou.

Ao UOL Esporte a assessoria de imprensa da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) informou que a escolha dos melhores jogadores da Superliga não leva em consideração apenas as estatísticas. A partir de uma pré-lista enviada pela Confederação, os clubes também dão suas indicações, que somadas aos rankings resultam na lista de premiados.

Prêmios esperados

Não foi feita apenas de vencedores curiosos a premiação dos melhores jogadores da competição. Conforme já era esperado, Montes Claros colocou três atletas na lista: Lorena (melhor saque, além de ter sido o maior pontuador da competição com 699 pontos), Tiago Brendle (melhor defesa) e Rodriguinho (melhor levantador).

Rodriguinho, por sinal, acabou com uma ‘sina’ na Superliga. Nos últimos quatro anos, o prêmio de melhor levantador ficou nas mãos de Bruninho, da Cimed.

“É uma honra vencer um prêmio desse com tantos levantadores bons como essa Superliga teve”, celebrou o jogador de Montes Claros. “Foi uma temporada maravilhosa, acho que a melhor de todos os tempos pra mim. Mas se eu pudesse, trocaria este troféu pelo título de campeão da Superliga”.

Sem ficar com o prêmio de melhor levantador, Bruninho não saiu de quadra de mãos abanando. O levantador e capitão da Cimed foi eleito o melhor jogador da final, recebendo uma viagem com acompanhante para qualquer lugar do Brasil.

“O mais importante é estar no alto do pódio, mas fico feliz por ter sido escolhido o melhor jogador. Isso me dá um ânimo ainda maior para continuar crescendo”, comentou Bruninho, que elogiou o ‘rival’. “O Rodriguinho fez um campeonato muito homogêneo e mereceu”.

*Colaborou Roberta Nomura