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Barco capota durante competição de vela em Florianópolis

Do UOL, em São Paulo

17/11/2013 06h00

O segundo dia da etapa de Florianópolis da Extreme Sailing Series, circuito de oito paradas ao redor do planeta com provas em catamarãs de 40 pés, foi marcado por um acidente incomum. O barco do time dinamarquês SAB capotou ao receber uma rajada mais forte. O resgate aconteceu em apenas quatro minutos. Um dos velejadores machucou as costelas, mas a equipe deve voltar a competir.

O acidente aconteceu quando o SAP velejava em contravento, no qual a tripulação faz o veleiro andar em zigue-zague para completar o trajeto. Em uma das mudanças de direção, o barco foi atingido por uma rajada que, que causou a vira. Os velejadores tentaram se agarrar ao casco que ficou sobre a água, mas não conseguiram. Um deles, Pete Cumming, foi socorrido com lesões leves nas costelas.

O barco sofreu avarias sérias, mas que podem ser resolvidas. O mastro se partiu e o time dinamarquês já avisou que planeja usar a peça reserva. Para isso, uma equipe de especialistas trabalharia durante a madrugada de sábado para domingo para que o time voltasse a competir. Com uma vitória no sábado, o SAP ainda tem chance de chegar ao pódio da etapa. Está atrás do The Wave Muscat (Omã), do Alinghi (Suíça) e do Red Bull (Áustria).

O Extreme Racing Series é um circuito de oito etapas de provas de catamarãs, barcos com dois cascos considerados os mais radicais da vela. Foi criado em 2005, para servir como evento de apoio da regata de volta ao mundo Volvo Ocean Race – as provas eram disputadas durante as paradas da volta ao mundo.

A ação deu certo e ganhou independência. Muitos consideram o conceito adotado o futuro da modalidade. A principal atração é o estádio montado na costa, geralmente em locais de grande circulação de pessoas, para que o público acompanhe os barcos.

    Das arquibancadas, principalmente nas regatas mais curtas, é possível perceber detalhes que normalmente ficam longe. Quem passa pelo local descobre como é a movimentação dos velejadores ao subir uma vela e acompanhe, em detalhes, a disputa entre os barcos ao contornar as boias.

    Essa aproximação é um sonho antigo da Isaf, a Federação Internacional de Vela. E o atual formato da competição olímpica foi criado justamente para isso. A medal race, quando foi idealizada, deveria ser disputada sempre em regatas mais curtas e próximas da costa. O problema é que, para realizar competições muito próximas à costa, os organizadores precisam abrir mão de performance. Nas classes olímpicas, isso é impossível.

    Os catamarãs usados no Extreme Sailing Series, porém, foram criados justamente para esse propósito. Com isso, o circuito atrai grandes patrocinadores, como o milionário suíço Ernesto Bertarelli, que já foi campeão da America’s Cup, a competição mais importante da vela mundial. Além disso, caiu no gosto dos árabes e dos chineses.