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Palmeiras e Flamengo dominam receitas no futebol brasileiro

16/07/2019 17h05

São Paulo, 16 jul (EFE).- Um estudo realizado pelo banco de investimentos Itaú BBA confirmou que Palmeiras e Flamengo são os que mais arrecadam no Brasil, concentrando 23% das receitas dos clubes do país em 2018, equivalentes a R$ 1,1 bilhão.

A pesquisa, que usa dados públicos divulgados pelos clubes e leva em conta 27 grandes agremiações, 19 deles da primeira divisão e oito da segunda, apontou que dos R$ 5,1 bilhões faturados pelas equipes, 654 milhões foram para o Palmeiras, o 30º clube com mais receita em todo o mundo. No entanto, o Alviverde ainda está distante do líder da lista, o Real Madrid, com ganhos cinco vezes maiores.

O segundo colocado, com R$ 536 milhões de arrecadação, é o Flamengo, seguido pelo São Paulo, que vem em terceiro lugar, com R$ 399 milhões, apenas R$ 10 milhões a mais que o Corinthians, quarto.

"A tendência é que nos próximos anos a concentração de receitas aumente", disse o coordenador do estudo, César Grafietti, que salientou a importância da saúde econômica para o desenvolvimento dos clubes.

Outro ponto tratado foi os contratos de televisão no país, que incluem cotas por produtividade, ou seja, se um clube obtém melhores resultados, arrecada mais. Quem mais obteve receitas de TV em 2018 foi o Flamengo, com R$ 220 milhões, seguido pelo Corinthians, com R$ 198 milhões. Depois deles, aparecem Palmeiras, Grêmio e São Paulo, com R$ 135 milhões cada.

Para Grafietti, o sucesso do Alviverde, atual campeão nacional, e do Rubro-Negro, vice em 2018, é consequência da boa gestão iniciada há alguns anos. Preferiram organizar as contas antes de investirem em jogadores.

"O Flamengo encontrou o seu caminho: cortou despesas, criou uma imagem de um clube transparente, buscou patrocínios e depois de tudo começou a pensar em ganhar no campo", avaliou o coordenador do estudo, que lembrou queo atual campeão carioca tem a maior torcida do Brasil, o que permite uma arrecadação maior com televisão, publicidade e produtos.

No caso de Palmeiras, cuja torcida é menor que as de Corinthians e de São Paulo, o que ajudou foi a grande diversificação de receita, como o estádio Allianz Parue e o maior contrato de patrocínio de clubes da América do Sul, com a Crefisa, de R$ 81 milhões.

"O Palmeiras é o clube com a composição de receita mais saudável, ou seja, não depende de uma única fonte: o dinheiro aumentou com o novo estádio, o clube sabe explorar bem a sua marca e os seus produtos e tem a Crefisa (o patrocinador)", argumentou Grafietti.

O estudo também destacou a gestão do Grêmio, que usou o dinheiro da venda do meio Arthur para o Barcelona para pagar dívidas e vê a chance de uma disputa fincanceira mais equilibrada nos próximos anos.

"Se ajustarem as finanças, acredito que haverá uma competição disputada no futuro. Temos clubes, como Corinthians e São Paulo, que são nacionais, com grandes torcidas, com marcas que valem tanto quanto as de Palmeiras e Flamengo, mas hoje não geram tanto valor quanto eles", encerrou. EFE