Topo

Festa "padrão Libertadores" não inspira, e City e Real fazem fraco 0 a 0

26/04/2016 17h53

Manchester (Inglaterra), 26 abr (EFE).- Manchester City e Real Madrid entraram em campo nesta terça-feira após uma festa digna de jogos decisivos da Taça Libertadores, mas o entusiasmo das arquibancadas do estádio City of Manchester não se refletiu no duelo de ida entre as duas equipes pelas semifinais da Liga dos Campeões, que terminou com um insosso 0 a 0 que só consagrou o goleiro Joe Hart, do time da casa.

O ponto alto da partida aconteceu antes do apito inicial, e teve como protagonista a efusiva torcida dos 'Citizens', que pela primeira vez na história integram o 'top-4' do principal torneio do Velho Continente. Depois disso, foram 45 minutos de quase absoluto tédio, até que os visitantes, mesmo sem Cristiano Ronaldo, vetado por lesão, se impussesse.

Com Sergio Ramos, Jesé, Casemiro e Pepe, o Real teve algumas oportunidades para abrir o placar, mas a maioria parou nas mãos de Hart. Já que nenhum gol foi marcado hoje, na próxima quarta-feira, no duelo de volta, o time espanhol precisará vencer em casa, no estádio Santiago Bernabéu, para avançar no tempo normal. A equipe inglesa, por sua vez, jogará no mínimo por um empate com gols.

A divulgação das escalações para o confronto teve como grande destaque a ausência de Cristiano Ronaldo no Real Madrid, por causa de uma sobrecarga muscular. No lugar do português, entrou o jovem espanhol Lucas Vázquez. Os brasileiros Marcelo e Casemiro foram escalados na formação inicial, e Danilo começou no banco.

No City, dos voltantes brasileiros Fernando Reges e Fernandinho, presentes em campo desde o apito inicial, o técnico chileno Manuel Pellegrini não apresentou surpresas. O volante marfinense Yaya Touré, por problemas musculares, foi o único desfalque da relação para a partida.

Antes de a bola rolar, a torcida da casa protagonizou dois momentos emblemáticos, primeiro com um mosaico feito com bandeiras em movimento, além de rolos de papel, em festa no melhor estilo dos jogos decisivos da Taça Libertadores na Argentina ou no Uruguai, por exemplo.

Depois, houve longa vaia ao hino da Liga dos Campeões, como protesto à punição por descumprimento ao Fair Play Financeiro, imposta em meados de 2014. A Uefa obrigou os 'Citizens' a inscreverem apenas 21 jogadores na temporada passada, ao invés dos 25 habituais.

Com a bola rolando, as primeiras oportunidades claras de gol demoraram a acontecer. O City começou o duelo com postura mais ofensiva, enquanto o Real, claramente, aguardava pelo erro do adversário para sair em velocidade nos contra-ataques.

Aos 33 minutos do primeiro tempo, nenhum chute a gol havia ocorrido. A primeira defesa aconteceu quando Bale tentou finalizar de longa distância. A bola desviou na defesa do time da casa, ganhou muita altura e foi interceptada sem qualquer dificuldade por Hart.

Na reta final da primeira etapa, Manuel Pellegrini foi obrigado a fazer a primeira substituição, tirando David Silva para colocar Iheanacho em campo. No Real, Benzema, que era dúvida para o confronto, acabou fiando no vestiário no intervalo, dando lugar a Jesé.

O segundo tempo começou com ritmo bastante diferente ao da etapa inicial. Logo nos primeiros segundos, Fernandinho lançou na medida para Agüero, que disparou pela intermediária e soltou a bomba, em bola que saiu por cima do travessão.

Aos oito minutos, o Real Madrid levou perigo verdadeiro pela primeira vez ao adversário. Após escanteio cobrado pela direita de Kroos, Sergio Ramos subiu no terceiro andar e testou. A conclusão saiu sem força e Hart não teve grande trabalho para defender.

O princípio animador de etapa final foi logo substituído pelo marasmo que se viu nos primeiros 45 minutos. Só aos 20, houve novo ataque, quando Kroos recebeu na intermediária e apostou de chute de longa distância, que saiu à direita do gol de Navas.

Com mais posse de bola e maior presença ofensiva, o Real chegou de novo aos 26, quando Jesé ganhou outra vez da zaga adversária no alto e efetuou cabeçada no travessão, após cruzamento de Carvajal, no lance de melhor lance da partida até então. Em seguida, Bale tentou, em batida da entrada da área, mas errou o alvo.

O time visitante seguiu sozinho na tentativa de balançar as redes. Aos 34, Kroos cobrou escanteio da esquerda, no primeiro pau, e achou Casemiro, que desviou de cabeça, parando em boa defesa de Hart, que salvou com os pés.

O goleiro inglês se consolidou como o melhor em campo aos 36, quando, em novo escanteio do lado canhoto, com Kroos, Bale tocou de cabeça e a bola sobrou para Pepe, que fuzilou. Hart mostrou reflexo, se jogou na frente da bola e defendeu com o peito.

Já nos acréscimos, Sterling teve a bola do jogo, ao ser lançado em contra-ataque, disparar pelo meio da marcação do Real Madrid e ficar em boa condição de invadir a área e bater para gol. O atacante, que havia substituído Navas, adiantou demais a bola e permitiu o corte de Pepe.

Aos 47, De Bruyne ainda teve tempo de fazer com que Keylor Navas fizesse sua primeira defesa na partida. Em falta do lado canhoto da área, o belga bateu direto e obrigou o goleiro costarriquenho a espalmar para escanteio, garantindo o 0 a 0.



Ficha técnica:.

Manchester City: Hart; Sagna, Kompany, Otamendi e Clichy; Fernando e Fernandinho; Navas (Sterling), Silva (Iheanacho) e De Bruyne; Agüero. Técnico: Manuel Pellegrini.

Real Madrid: Navas; Carvajal, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Casemiro, Kroos (Isco) e Modric; Bale, Vázquez e Benzema (Jesé). Técnico: Zinedine Zidane.

Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia), auxiliado pelos compatriotas Çem Satman e Tarik Ongun.

Cartões amarelos: Silva (Manchester City); Pepe e Carvajal (Real Madrid).

Estádio: Etihad Stadium, em Manchester (Inglaterra).