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Vela: Martine Grael e Kahena Kunze são ouro na classe 49er FX e conquistam o bi olímpico

03/08/2021 06h31

Tóquio, 3 Ago 2021 (AFP) - As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram a medalha de ouro na classe 49er FX, repetindo o feito da Rio-2016, ao completar em terceiro lugar a "Medal Race", nesta terça-feira, em Enoshima, local das provas da vela nos Jogos de Tóquio-2020, a 55km da capital japonesa.

A medalha de prata foi conquistada pelas alemãs Tina Lutz e Susann Beucke e o bronze ficou com as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz.

"A ficha ainda não caiu. Está difícil acreditar. Ainda estamos processando o momento, lentamente", afirmou Kahena Kunze.

Após 12 regatas, Martine e Kahena iniciaram a última regata na segunda posição geral, com 70 pontos perdidos, mesma pontuação das holandesas, que lideravam pelo critério de desempate. Na terceira colocação estavam as alemãs.

Na largada da 'Medal Race', as brasileiras optaram por uma direção diferente das adversárias e assumiram a liderança.

Na primeira boia, elas foram ultrapassadas pelas argentinas e norueguesas e caíram para a terceira posição, mas à frente das holandesas e alemãs.

A dupla do Brasil segurou a colocação até o fim, o que garantiu o bicampeonato olímpico, repetindo a medalha de ouro conquistada no Rio de Janeiro, quando a classe 49er FX estreou no programa das Olimpíadas.

Na classificação geral, as brasileiras terminaram com 76 pontos perdidos, enquanto as alemãs ficaram com 83 e as holandesas com 88.

- Filha de uma lenda -Com este título, Martine e Kahena entram para o grupo de 13 atletas brasileiros que conquistaram medalhas de ouro em duas edições dos Jogos Olímpicos.

Entre esses campeões está Torben Grael, pai de Martine e lenda da vela, o atleta da modalidade com mais medalhas olímpicas (além dos ouros, uma prata e dois bronzes), igualado com o britânico Ben Ainslie e outro brasileiro, Robert Scheidt, que em Tóquio-2020 não conseguiu conquistar a sexta medalha.

"Perdemos alguns pontos durante a semana, sabíamos que seria importante fazer uma boa regata no dia final", afirmou Martine Grael.

"Hoje tínhamos uma pequena margem de pontos em comparação a outros barcos e foi bom ter uma linha livre para conseguir fazer nossa regata e seguir rápido", disse.

"Precisávamos de uma largada e de um caminho livre para seguir mais rápido. E conseguimos", completou.

Martine lembrou das dificuldades vinculadas à pandemia.

"Todo o ciclo foi muito duro com a pandemia. Foi muito duro planejar. Tivemos que viajar muito e passamos muito tempo fora de casa. Por isso o que conseguimos esta semana é incrível", destacou.

Martine e Kahena garantiram a 19ª medalha olímpica do Brasil na vela (oitava de ouro) e a sétima vez seguida que um representante do país sobe no pódio da modalidade num evento olímpico.

Já na categoria 49er masculina, que não contou com representes brasileiros na final, a medalha de ouro foi para a dupla da Grã-Bretanha Dylan Fletcher e Stuart Bitthel, com a prata para os alemães Erik Heil e Thomas Ploessel e o broze com os neozelandeses Peter Burling e Blair Tuke.

lca/fp