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Neymar chora após vitória sobre o Peru: "Passei por muita coisa nesses dois anos"

18/06/2021 00h17

Rio de Janeiro, 18 Jun 2021 (AFP) - Neymar chorou ao comemorar a classificação do Brasil para as quartas de final da Copa América-2021 com a vitória sobre o Peru por 4 a 0 nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.

"Para mim é até emocionante, porque passei por muita coisa nesses dois anos que são bem difíceis, complicadas, e esses números não são nada. A felicidade que eu tenho é de jogar pelo Brasil, de representar meu país, minha família...", disse com lágrimas nos olhos o astro do Paris Saint-Germain no final do jogo no estádio Nilton Santos.

O craque de 29 anos se envolveu em várias polêmicas nos últimos tempos.

Em 2019, perdeu a Copa América, vencida pelo anfitrião Brasil, por lesão e em meio a denúncia de uma mulher que o acusava de estupro, embora o caso tenha sido posteriormente arquivado por falta de provas.

Neste período também sofreu várias lesões, um mau desempenho na última temporada na Europa e polêmicas dentro e fora de campo, incluindo o alegado motivo pelo qual a Nike rompeu sua parceria com ele no ano passado.

A empresa garantiu que o astro se recusou a colaborar na investigação de uma suposta agressão sexual que ele teria cometido contra uma funcionária da empresa em 2016. O camisa 10 nega.

"Espero que todo mundo que gosta de futebol goste de mim", disse ele nesta quinta-feira.

Neymar estendeu para quatro jogos consecutivos sua sequência em que marcou gols com o Brasil ao fazer o segundo contra os peruanos, o que o deixa a nove gols de alcançar Pelé (77 gols) como o maior artilheiro da história da Seleção.

"É óbvio que para mim é uma honra muito grande fazer parte da história da seleção brasileira. Para ser bem sincero, meu sonho sempre era jogar pela Seleção, vestir essa camisa. Nunca imaginei chegar a esses números", disse ele.

"Chegamos aqui sem saber de muita coisa que tava acontecendo. Não sabíamos se ia ter Copa América, se não ia ter", disse, em relação à mudança em cima da hora da sede para o Brasil, após as retiradas de Argentina e Colômbia, os locais originais.

Em meio a rumores de boicote, a organização do torneio no Brasil foi questionada pelo elenco da Seleção, o que levou a um confronto com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Rogério Caboclo.

Isso ocorreu apesar de os ânimos terem se acalmado depois que o dirigente foi afastado do cargo uma semana antes do início do torneio, devido a uma denúncia de assédio sexual e moral, denúncias que Caboclo nega.

"Jamais vou dizer não ao meu país. Discordar ou ter opinião diferente das que os demais têm acho que é o respeito pelo outro. Tínhamos nossa opinião. Expressamos. Mas estamos aqui. Foi bem complicado, difícil, mas a alegria de estar em campo pela seleção sempre vai existir", concluiu.

raa/aam

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