Objeto olímpico: a madeira da pista do Velódromo
Rio de Janeiro, 14 Ago 2016 (AFP) - Ela foi alvo de preocupação geral até as vésperas dos Jogos, mas valeu a pena esperar: a pista do Velódromo Olímpico do Rio, de 250 metros de comprimento e 7 metros de largura, é toda feita de madeira russa, procedente da Sibéria.
"Se a gente colocasse as ripas uma depois da outra, chegaria a uma extensão de 15 km", calculou o campeão olímpico (2000) Arnaud Tournant, com base em sua experiência da pista de Roubaix, na França.
O pinho da Sibéria se impôs como a espécie mais comum nos velódromos construídos nos últimos anos.
A afzelia, uma madeira exótica presente nas florestas do Camarões, muita usada no passado - em Paris-Bercy e em Bordeaux, principalmente -, tornou-se inacessível em função de restrições ambientais.
"É necessária uma madeira muito dura e resistente", explica Guillaume Schwab, responsável por equipamentos esportivos na Federação Francesa de Ciclismo.
"O problema vem, então, da higrometria, muito forte no Brasil. A madeira vai inchar e ganhar volume", acrescenta.
Na instalação, um curto espaço - da ordem de um milímetro e dificilmente visível a olho nu - foi deixado entre as lâminas para que a madeira, colocada bruta, sem qualquer verniz, pudesse respirar.
Como lasanhasDurante as competições, um ou dois carpinteiros ficam a postos para cuidar da pista, ou "para fazer um curativo", como se costuma dizer.
"Em caso de cicatriz, é preciso fazer um micropolimento", descreve Schwab, lembrando que o principal inimigo é a água.
"Por exemplo, em caso de vazamento do teto", comentou.
O responsável pela pista do Rio foi o arquiteto alemão Ralph Schurmann, herdeiro de uma família especializada na construção de velódromos - seu pai e seu avô o precederam. Como aconteceu em Pequim nos Jogos de 2008, ele optou pelo pinho da Sibéria, em detrimento da madeira laminada, revestimento que se tornou cada vez mais tendência devido à sua facilidade de uso.
"Para a madeira laminada, fazemos como uma lasanha: uma camada de madeira, uma camada adesiva", ensina Gilles Peruzzi, responsável pelo setor pista da União Ciclista Internacional (UCI).
"Mas, para o pinho da Sibéria, não é óbvio encontrar peças de seis metros de comprimento, troncos longos com nervuras estreitas", acrescentou.
Anadia (Portugal) e, sobretudo, Aguascalientes (México) - a pista dos milagres, onde vários recordes mundiais foram batidos - escolheram a madeira laminada. Mas o pinho da Sibéria, que também é usado no Velódromo Nacional francês em Saint-Quentin-en-Yvelines, resiste.
"Se a gente colocasse as ripas uma depois da outra, chegaria a uma extensão de 15 km", calculou o campeão olímpico (2000) Arnaud Tournant, com base em sua experiência da pista de Roubaix, na França.
O pinho da Sibéria se impôs como a espécie mais comum nos velódromos construídos nos últimos anos.
A afzelia, uma madeira exótica presente nas florestas do Camarões, muita usada no passado - em Paris-Bercy e em Bordeaux, principalmente -, tornou-se inacessível em função de restrições ambientais.
"É necessária uma madeira muito dura e resistente", explica Guillaume Schwab, responsável por equipamentos esportivos na Federação Francesa de Ciclismo.
"O problema vem, então, da higrometria, muito forte no Brasil. A madeira vai inchar e ganhar volume", acrescenta.
Na instalação, um curto espaço - da ordem de um milímetro e dificilmente visível a olho nu - foi deixado entre as lâminas para que a madeira, colocada bruta, sem qualquer verniz, pudesse respirar.
Como lasanhasDurante as competições, um ou dois carpinteiros ficam a postos para cuidar da pista, ou "para fazer um curativo", como se costuma dizer.
"Em caso de cicatriz, é preciso fazer um micropolimento", descreve Schwab, lembrando que o principal inimigo é a água.
"Por exemplo, em caso de vazamento do teto", comentou.
O responsável pela pista do Rio foi o arquiteto alemão Ralph Schurmann, herdeiro de uma família especializada na construção de velódromos - seu pai e seu avô o precederam. Como aconteceu em Pequim nos Jogos de 2008, ele optou pelo pinho da Sibéria, em detrimento da madeira laminada, revestimento que se tornou cada vez mais tendência devido à sua facilidade de uso.
"Para a madeira laminada, fazemos como uma lasanha: uma camada de madeira, uma camada adesiva", ensina Gilles Peruzzi, responsável pelo setor pista da União Ciclista Internacional (UCI).
"Mas, para o pinho da Sibéria, não é óbvio encontrar peças de seis metros de comprimento, troncos longos com nervuras estreitas", acrescentou.
Anadia (Portugal) e, sobretudo, Aguascalientes (México) - a pista dos milagres, onde vários recordes mundiais foram batidos - escolheram a madeira laminada. Mas o pinho da Sibéria, que também é usado no Velódromo Nacional francês em Saint-Quentin-en-Yvelines, resiste.
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