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'Corrida dura, mas justa': GP saudita teve bombardeio e desconforto

Charles Leclerc, da Ferrari, e Max Verstappen, da Red Bull Racing, após o GP da Arábia Saudita - Eric Alonso/Getty
Charles Leclerc, da Ferrari, e Max Verstappen, da Red Bull Racing, após o GP da Arábia Saudita Imagem: Eric Alonso/Getty

Do UOL, em São Paulo

28/03/2022 04h00

O atual campeão Max Verstappen venceu o GP da Arábia Saudita após ultrapassar Charles Leclerc, da Ferrari, na reta final da corrida. Com isso, o holandês de 24 anos da Red Bull Racing conquistou a sua 21ª vitória na carreira e a primeira na temporada 2022 da Fórmula 1.

Completando o pódio, a escuderia italiana colocou novamente dois pilotos nas três primeiras posições, mas sem ser no topo: o monegasco em segundo, seguido por Carlos Sainz. Sergio Pérez, da Red Bull, que largou na pole, terminou em quarto, enquanto Hamilton ficou apenas em décimo, fazendo uma corrida de recuperação —largou em 15º.

Estou muito feliz por finalmente termos dado o pontapé inicial na temporada", comemorou Verstappen. "Foi difícil, mas foi uma boa corrida. Tentamos fazer um 'jogo longo', tivemos um ritmo melhor no final. Não era fácil, mas consegui passar Leclerc. É bom voltar [a vencer]."

Com o resultado, o atual campeão somou seus primeiros pontos na temporada. No GP do Bahrein, ele não chegou a completar a prova por problemas no carro. Com 25 pontos, Verstappen ocupa a terceira colocação geral, atrás da dupla Leclerc (45) e Sainz (33). Apesar de estar na liderança, Leclerc revelou ter ficado desapontado por não ter vencido.

Não foi suficiente para hoje, mas gostei muito da corrida. Dura, mas justa. Todas as corridas deveriam ser assim. Com certeza estou um pouco desapontado, queria vencer."

Após a corrida, tanto Verstappen quanto Leclerc tiveram a mesma análise das performances dos carros das respectivas equipes no Circuito de Jeddah: as Ferraris estavam superiores nas curvas e os monopostos da Red Bull compensavam nas retas.

Eles foram muito rápidos nas curvas e nós fomos muito rápidos na reta. Os pneus estavam se desgastando muito rápido por aqui", disse Verstappen."

Éramos rápidos nas curvas, mas era difícil de compensar nas retas", avaliou Leclerc. "Verstappen fez um trabalho legal. [O respeito por ele] Sempre esteve lá, especialmente depois de uma corrida dessa. Estou um pouco desapontado, mas foi uma boa corrida."

Logo atrás do trio veio Sergio Perez. O mexicano da Red Bull, que conseguiu uma inédita pole position no treino classificatório, não conseguiu terminar com vaga no pódio. Checo, que chegou a liderar a corrida até a 16ª volta, acabou sendo ultrapassado após o safety car ser acionado pela batida de Nicholas Latifi, da Williams.

Ainda mais nessa corrida [de rua], foi a pior hora possível [para o safety car]. Foi falta de sorte mesmo, acabei perdendo posição", desabafou Pérez. "[Mas] Estou muito feliz por Max."

Quem também terminou em uma posição que rende pontos, mas não no topo, foi Lewis Hamilton. No entanto, a participação do heptacampeão da Mercedes no GP da Arábia Saudita foi decepcionante. Após não avançar ao Q2 pela primeira vez desde o GP do Brasil de 2017, o inglês de 37 anos ficou apenas em décimo.

Vou voltar para a fábrica na semana que vem, trabalhar duro com a equipe para tentar melhorar o carro. Voltar e tentar de novo. Não sei no momento qual o potencial que temos. Realmente não sei", confessou Hamilton.

Além do resultado da corrida, o GP da Arábia Saudita foi marcado por acontecimentos dentro e fora da pista. No treino classificatório, o piloto da Haas, Mick Schumacher, teve uma batida forte e precisou ser levado a um hospital de helicóptero. Apesar de não ter participado da prova, ele tranquilizou sobre seu estado de saúde.

Estou me sentindo bem. Só de poder estar aqui em pé, sem dores, mostra a segurança desses carros. Eu gostaria de ter corrido, me sinto preparado para isso, mas entendo a situação", afirmou Schumacher.

Fora da pista, a realização da corrida na Arábia Saudita foi alvo de críticas após o bombardeio de uma base petrolífera a cerca de 11 km do circuito durante os treinos livres. O ataque foi assumido por um grupo houthis, do Iêmen —país que está em guerra com um coalisão de países liderados pela Arábia Saudita— e a questão da segurança da prova foi levantada.

Mesmo com o ataque, as autoridades sauditas deram "garantias completas" de que o GP poderia acontecer conforme programado. Entretanto, a decisão não agradou aos pilotos, que se manifestaram por meio de um comunicado da associação GDPA.

Opiniões diferentes foram divididas e discutidas. Tendo ouvido não apenas o comando da F1, mas também ministros do governo saudita, que explicaram que as medidas de segurança foram elevadas ao máximo, a conclusão foi que iremos treinar, classificar, e correr. Esperamos que o GP da Arábia Saudita de 2022 seja lembrado como uma grande corrida e não pelo incidente", constava na declaração.

A Fórmula 1 agora segue para a Austrália. Os pilotos correrão no circuito de Melbourne daqui há duas semanas. Os treinos livres começam na sexta (8), a classificatória será no sábado (9) e a corrida, no domingo (10).

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, o GP da Austrália será no dia 10 de abril, e não no dia 3. O erro foi corrigido.

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