Topo

Fórmula 1

OPINIÃO

Seixas: "Desobediência de Bottas é antecipação da saída dele da Mercedes"

Do UOL, em São Paulo

05/09/2021 14h08

Valtteri Bottas e a Mercedes parecem não falar mais a mesma língua. Neste domingo, no GP da Holanda, o piloto desobedeceu a uma ordem da equipe e quase complicou os planos de Lewis Hamilton, segundo colocado em uma prova vencida por Max Verstappen, da Red Bull. Com futuro ainda indefinido, o finlandês dá sinais de que está mesmo perto de deixar a escuderia ao final desta temporada.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - a atitude de Bottas esteve no centro das discussões. Para os comentaristas, a Mercedes deve anunciar nos próximos dias que o finlandês não continuará na equipe para 2022.

O problema aconteceu nas voltas finais no circuito de Zandvoort. Bottas foi para os boxes e voltou para a pista com pneus macios. A ordem era clara: não fazer a volta mais rápida da prova, que era de Hamilton naquela altura - o que faria o britânico levar um ponto extra, fundamental no duelo com Max Verstappen pela liderança do Mundial de Pilotos. O finlandês, porém, não cumpriu o pedido. Hamilton também fez um pit stop logo depois, pôs pneus macios e ainda conseguiu fazer a volta mais rápida, tirando a marca do companheiro de equipe.

"Essa desobediência do Bottas, para mim, é a antecipação do comunicado que a gente vai ler nessa semana que antecede o GP da Itália, que é tradicionalmente quando os anúncios acontecem. Os boatos viram anúncios oficiais e começamos a entender melhor a cara da Fórmula 1 para a temporada seguinte. Provavelmente, nessa semana a Mercedes anuncia que o Bottas sai e o Russell chega", disse Seixas.

Gomes questionou a estratégia da Mercedes com os pit stops no fim da corrida. "A Mercedes tentou tudo o que podia, mas não deu certo. Chama o Bottas faltando quatro voltas para acabar a corrida. Bota pneu macio. É quase impossível não fazer a melhor volta. A diferença da volta do Bottas para a melhor que estava valendo até então foi de quase dois segundos. O pneu faz muita diferença. Então por que coloca pneu macio no carro dele? Por que chama [para o box]? É para botar o cara em uma situação delicada? Que estupidez essa da Mercedes", criticou.

Seixas destacou que o equilíbrio da Red Bull permitiu a Verstappen manter uma vantagem segura para Hamilton mesmo com uma mudança de planos. "A Mercedes tentou dar um nó estratégico na Red Bull. Era tudo o que podia tentar fazer hoje. Quando a Mercedes chamou o Hamilton [para o box], a Red Bull chamou o Verstappen. Isso aconteceu nas duas paradas e mudou a estratégia da Red Bull, que iria para uma parada só. Na segunda, Verstappen colocou pneu duro porque não tinha o médio para colocar. Acabou se dando bem. O carro está tão bom que, mesmo com pneus duros, conseguiu manter o ritmo, até melhor, do que o da Mercedes e com o privilégio de ter um pneu mais inteiro até o final da prova", analisou.

Para Gomes, não havia muito o que a escuderia alemã pudesse fazer para desbancar a Red Bull na pista. O jeito era apostar em uma boa estratégia, o que também não surtiu o efeito desejado. "A estratégia da Mercedes foi de tentar blefar e a da Red Bull foi simples: largar bem e fazer tudo o que a Mercedes fizer. Estando na frente com um carro muito equilibrado era muito provável que o Verstappen ganhasse a corrida, como de fato ganhou", concluiu.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 12 de setembro, logo após o GP da Itália.

Fórmula 1