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Jogador executado em SP planejava viagem para Austrália e era muito família

Matheus Garcia Vasconcelos e família - Reprodução/Instagram
Matheus Garcia Vasconcelos e família Imagem: Reprodução/Instagram

Marcello De Vico *

Do UOL, em Santos (SP)

20/09/2017 11h33

Terminar a faculdade de publicidade e tentar a vida na Austrália. Este era o sonho de Matheus Garcia Vasconcelos Alves, ex-jogador da seleção brasileira de hóquei executado na noite da última segunda-feira (20) em São Vicente, litoral de São Paulo. “Uma pessoa muito especial”, segundo relato de alguns dos melhores amigos que atenderam a reportagem do UOL Esporte.

“Ele era uma das pessoas mais especiais que eu conhecia. Hoje [segunda-feira] foi a primeira vez que não vi ele sorrindo. Todos os dias na faculdade gargalhávamos a aula toda”, disse Lucas Musumeci, 21, um dos melhores amigos de Matheus e parceiro de sala de aula na faculdade de publicidade da Universidade Santa Cecília, em Santos.

Matheus estava no último ano do curso e conversava todos os dias com Lucas sobre a ideia de mudar de país em 2018. “Tínhamos planos de mudar para a Austrália no ano que vem e tentar se virar lá. Não tinha um dia que não conversávamos e tínhamos planos sobre isso”, conta.

Matheus Vasconcelos - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
Brisbane, inicialmente, seria a cidade escolhida para a viagem. “Pensávamos em nos virar juntos lá, alugar um apartamento e botar o que aprendemos na faculdade em prática”, acrescenta Lucas Musumeci, que conheceu Matheus no segundo ano do curso e, desde então, vinha construindo uma enorme amizade com o colega de aula.

Entre todos os amigos que conversaram com o UOL Esporte, não houve um sequer que não citou o lado família de Matheus, que também estava sempre disposto a fazer de tudo para juntar os amigos e tomar uma cerveja em algum barzinho.

“Ele sempre gostava de sair com os amigos para tomar uma cerveja em um barzinho, e dar muita risada, tanto que nossa última conversa estávamos combinando um barzinho na próxima semana”, lamenta Lucas. “Ele era uma pessoa muito família, que não tratava ninguém com indiferença”, acrescenta.

Guilherme Tavares, 21, foi outro que ficou marcado na vida de Matheus. A amizade de quatro anos foi ‘intensa’ e rendeu boas lembranças ao amigo.

“Ele tinha um coração gigante, um coração bom demais, era um cara do bem, que fazia de tudo para ter todos os amigos de verdade juntos, queria sempre estar perto da família. Era um moleque sensacional, que vai fazer muita falta para nós todos”, diz.

Além da família e dos amigos, outra paixão de Matheus era o hóquei sobre patins. Ele fez parte da seleção Brasileira que participou do Mundial de Hóquei de Patins na França, em 2015 – a equipe só não foi para o Mundial deste ano, na China, por falta de recursos da Confederação do esporte. Matheus defendia o Internacional de Regatas, clube de Santos, desde pequeno.

Matheus conciliava o esporte com a carreira de modelo e, com o último ano de faculdade, também vinha dando uma atenção especial ao TCC.

O corpo de Matheus foi velado na última segunda-feira (19) na Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos. O sepultamento ocorreu por volta das 19h.

Entenda o crime

Na última terça-feira (19), os policiais da Delegacia de São Vicente prenderam o soldado Jarbas Colferai Neto, de 23 anos, que confessou informalmente o crime. O crime se deu por conta da suspeita de Colferai Neto de que sua mulher, com quem tem um filho de três anos, mantinha um caso amoroso com Matheus Garcia.

Colferai Neto utilizou um perfil falso no Facebook para se passar por sua mulher e atraiu a vítima até o local do crime. Ao encontrar Matheus no local do crime, Jarbas estava armado com um revólver calibre 32 e exigiu a entrega do celular. Na sequência, o criminoso ordenou que o jovem virasse de costas para a parede de uma casa e o executou com um tiro na nuca.

* colaborou Demétrio Vechiolli