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Cielo também reclama de voto popular: "Poliana tinha resultados mais expressivos"

Bruno Doro<br>No Rio de Janeiro

22/12/2009 07h06

Após receber nesta segunda-feira, pela segunda, vez o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta do país do ano, o nadador César Cielo criticou o uso do voto popular para definir o principal troféu da noite. O motivo foi a escolha da judoca Sarah Menezes, e não da nadadora Poliana Okimoto, como a melhor esportista na categoria feminina.

“Não quero desmerecer ninguém, principalmente a Sarah, que é uma superatleta. Mas acho que a Poliana teve resultados mais expressivos durante a temporada”, afirmou o recordista mundial dos 50m e 100m livre. “Acho que deixar que apenas a internet decida o maior prêmio do dia não é o ideal”.

Bicampeã mundial júnior, Sarah foi eleita ao receber 46% dos mais de 375 mil votos, dados pela internet - a escolha não era limitada e cada internauta podia votar quantas vezes quisesse. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não anunciou os números de Poliana, campeã da Copa do Mundo de maratonas aquáticas e considerada a favorita para o prêmio. A taekwondista Natália Falavigna também estava na disputa.

A própria Poliana já reclamava do método de escolha antes da premiação. “O que eu contestei foi o modo como a eleição foi feita. Acho que estou dentro do meu direito de falar o que penso. Seria interessante que as pessoas que estão dentro do esporte, como jornalistas e dirigentes, tivessem maior peso nessa votação”.

Foi a segunda vez que a nadadora falou do caso. Antes, em seu blog, ela comentava sobre o movimento no Piauí, terra de Sarah, para eleger a judoca. O governador do estado, Wellington Dias (PT), comandou uma verdadeira mobilização pela atleta. Em suas aparições públicas e no programa de rádio “Falando com o Governador”, Dias pediu ao público piauiense que votasse constantemente na judoca.

Sarah Menezes comemorou a comoção estadual e elogiou o método de eleição. "Tenho certeza que muito piauiense votou. O povo todo se reuniu, teve campanha na TV, na internet, no rádio, e todo mundo votou. Teve gente que passou manhã, tarde e noite votando, foi bem legal. Concordo com esse processo de votação. Já passou pelo comitê, pelas confederações, e agora é a vez de a população se envolver. Isso ajuda o esporte a crescer por aqui", avaliou.

A lutadora de taekwodo Natália Falavigna preferiu não polemizar. "Acho que é legal [a votação popular] para que todas as pessoas possam participar. Cada um já ganha no seu esporte, então é bom que o público possa participar também", opinou a atleta.

A eleição dos dois vencedores, masculino e feminino, é baseada apenas no voto popular, pela internet. A escolha dos três finalistas de cada naipe foi feita pelo colégio eleitoral especializado, formado justamente por atletas, ex-atletas, técnicos, dirigentes e jornalistas. Antes, cada confederação envia o nome de três atletas em cada especialidade. O vencedor de cada modalidade é decidido pelo mesmo colégio eleitoral.