Final em outro país e ameaça do Boca: os novos capítulos da 'novela'
Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (27) na sede da Conmebol, no Paraguai, ficou decidido por parte da entidade que o segundo jogo da final entre Boca e River, pela Libertadores será disputado entre 8 (sábado) e 9 (domingo) de dezembro fora da Argentina. A decisão, porém, ainda está sujeita a modificações por parte do Tribunal Disciplinar da confederação, que deve julgar ação movida pelo Boca Juniors nesta quarta-feira.
Para preservar o preceito de igualdade, já que o duelo de ida ocorreu em La Bombonera, a entidade continental descartava a final em outro país e priorizava manter o confronto no Munumental de Nuñez, como solicitou Rodolfo D'Onofrio, presidente do River Plate. Porém, devido à falta de garantias de segurança por parte das autoridades argentinas após os ataques ao ônibus do Boca que provocaram sucessivos adiamentos desde sábado, o confronto será em outro país. As cidades de Doha, no Catar, Miami, nos Estados Unidos e Assunção, no Paraguai, são as candidatas a abrigar a decisão.
Daniel Angelici, presidente do Boca Juniors, não ficou satisfeito com a definição e insistirá no processo pedindo a desqualificação da equipe rival em caso de resultado negativo no Tribunal Disciplinar. Na hipótese de sua equipe não ser decretada campeã do torneio, como sugere o regulamento, promete ingressar no TAS, Tribunal Arbitral da Fifa, na Suíça, que poderia decidir o imbróglio baseado nas provas apresentadas.
Em outra instância, se a equipe xeneize tiver de ir a campo por decisão dos tribunais da Conmebol e em seguida apelar ao TAS, a definição do campeão ficaria estendida por tempo indeterminado. Segundo um especialista em direito esportivo ouvido pelo Diário Olé, da Argentina, em caso de um recurso a tal instância o River teria 20 dias para se defender e o resultado do jogo ficará suspenso até o fim do processo. Isso afetaria o Mundial de Clubes, que será jogado em dezembro, nos Emirados Árabes (o vencedor da Libertadores disputa a competição). Para que o processo seja resolvido em 24 horas precisaria haver consentimento do River, uma hipótese ilógica.
A apresentação de Angelici à Conmebol pedia a suspensão definitiva da partida e a desqualificação do River Plate, conforme termos constantes do artigo 18 do regulamento Disciplinario da Conmebol, considerando a gravidade das condutas que levariam o Boca a ser declarado campeão. O pedido não foi aceito por Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol. Na última hora, a defesa do Boca acrescentou ao processo cerca de 40 páginas, gravações de áudio e vídeo sobre o episódio. Uma nova resposta por parte da entidade continental é esperada para esta quarta-feira.
Na tarde desta terça, a fiscal Adriana Bellavigna, titular da Fiscalização Penal, Contravencional e de Faltas N°6, esteve presente na Casa Amarilla, centro de treinamento xeneize, para tomar depoimento dos jogadores da equipe. Adriana também está responsável pela perícia no ônibus alvejado pelos torcedores do Rio e da ambulância que transportou Pablo Pérez, capitão do Boca ferido durante os ataques.
Enquanto o Boca briga pela desqualificação rival, a Conmebol já tomou uma medida para punir o River Plate antes da manifestação do tribunal disciplinar, tirando o seu direito de clube mandante no jogo de volta da Libertadores. A principal opção seria o Estádio Defensores del Chaco, no Paraguai. O problema, porém, é capacidade do local, que comporta 42 mil pessoas, enquanto o Monumental 62 mil, caso seja uma partida de portas abertas. Eliseo Gaona, policial ligado a Associação Paraguaia, garantiu estrutura necessária para que a final fosse disputada no país.
À medida que Angelici confronta de um lado, D'Onofrio rebate de outro. O riverplatense afirma que Maurício Macri, presidente atual do país e que já esteve no comando do Boca Juniors, está do lado millonário.
- Macri quer que o jogo se dispute no Monumental, com público local e que nos dará todo apoio para que a segurança esteja em condições e possa se realizar a partida - afirmou o dirigente do River.
Além da decisão do tribunal, os médicos da Conmebol, presentes sábado no Monumental, foram denunciados por falsificação e exercício ilegal, segundo a emissora TyC. A denúncia foi apresentada pelo Dr. Juan Carlos Quesada e se trata do informe médico que realizaram sobre Pablo Pérez e Lamardo, afirmando que do ponto de vista médico não existiria motivo para a suspensão do duelo. Os jogadores desmentiram a afirmação dizendo que nenhum atleta foi examinado pela instituição. Em contra partida, Tévez, Pablo Pérez, Ábila e Nahitán Nández poderiam ser multados caso o jogo fosse disputado. Os jogadores foram acusados de insultar os médicos da Conmebol.
Segundo o jornal AS, da Espanha, a tragédia que ocorreu no sábado na prévia do confronto teria assustando também o presidente da FIFA, Gianni Infantino, que estava presente no Monumental e participou de uma das reuniões para suspensão da partida. De acordo com o veículo, Infantino retornou à Europa convicto de que seria impossível realizar a Copa do Mundo de 2030 em Argentina, Paraguai e Uruguai. A candidatura conjunta era favorita devido o aniversário de 100 anos do Mundial de 1930, realizado no Uruguai. A tríplice entre Portugal, Espanha e Marrocos ganhou força no cenário.
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