Brasil quer quebrar jejum na São Silvestre
Acontece neste sábado o último evento esportivo do ano, a tradicional maratona de São Silvestre. Com a primeira largada, dos cadeirantes, prevista para as 8h20, a competição contará com cerca de 30 mil pessoas de diversas partes do mundo percorrendo 15 km da capital paulista. A elite feminina larga às 8h40, seguida pela elite masculina e o pelotão geral, às 9h. A largada será na Avenida Paulista, altura da rua Ministro Rocha Azevedo, e a chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
A edição deste ano promete ser disputada. O grupo de atletas de elite conta com destaques do Brasil e de outros seis países como Quênia, Etiópia, Tanzânia, Bolivia, Colombia e Alemanha, deixando ainda mais difícil fazer qualquer previsão sobre resultados. Os estrangeiros vêm dominando os últimos anos e já somam 96 (60 masculinas e 36 femininas) vitorias na história da maratona. Os atuais campeões são o queniano Stanley Biwott e a etíope e tricampeã Ymer Ayalew.
Porém os brasileiros, que já somam 17 conquistas desde que a prova tornou-se internacional, em 1945, estão determinados a quebrar o jejum de vitórias. Os últimos campeões em casa foram Lucélia Peres em 2006, com 51min24s e Marilson dos Santos em 2010, com 44min03s.
Na disputa masculina, Giovani dos Santos é a grande esperança. Motivado e de visual novo, o fundista explorará sua experiência da competição.
- Já fui cinco vezes pódio na prova e agora está na hora de buscar o topo do pódio. Esse é o objetivo. Temos algumas surpresas na Avenida Brigadeiro Luis Antonio e vamos tentar vencer.
Em caso de vitória, Giovani já tem a quem oferecer sua última conquista de 2016.
- Se conseguir ganhar essa São Silvestre, acho que ficarei mais feliz pela torcida, que sempre me apoiou e anda bastante carente - avisou.
Os estrangeiros que podem estragar a festa do brasileiro são o queniano Dawit Admasu, campeão da São Silvestre em 2014, Augustine Sulle, da Tanzânia, e os quenianos Paul Kemboi, William Kibor e Mathew Cheboi.
No feminino, o destaque vai para Joziane Cardoso, campeã da meia maratona do Rio de Janeiro.
- Fiz uma boa preparação e espero um grande resultado. Há adversárias fortes e quero, primeiro, lutar para ser mais uma vez a melhor brasileira - afirmou.
A elite feminina ainda contará com a atual tricampeã Ymer Ayalew e a campeã olímpica, a queniana Jemima Sumgong. Ambas são colocadas como as favoritas ao pódio. As brasileiras Marily dos Santos, Cruz Nonata, Ariana Hassel e Adriana da Silva são alguns dos nomes que buscam terminar 2016 com um bom resultado.
Memória
A São Silvestre foi disputada pela primeira vez em 1925, com Alfredo Gomes chegando em primeiro lugar, ao percorrer 8,8 Km em 33min21s.
Em 1945 a competição recebeu, pela primeira vez, atletas estrangeiros. Sebastião A. Monteiro, do Brasil, foi o campeão com a marca de 21min54s (7km)
A primeira São Silvestre feminina aconteceu em 1975, com a alemã Christa Valensieck sagrando-se campeã.
Desde 2012 a maratona acontece na manhã do dia 31 de dezembro. Antes era realizada à tarde.
Em 92 anos, a São Silvestre já sofreu 12 alterações de percursos e já teve 18 distâncias distintas (atualmente a prova conta com 15 km)
Mudanças
Prezando a segurança dos atletas, além de deixa a prova mais dinâmica, o percurso da 92ª São Silvestre sofreu algumas alterações. A fim de incluir ruas e avenidas mais largas, ruas como Margarida, Olga e adjacências (próximas ao Memorial da América Latina), saíram do traçado. Em seu lugar, trechos do Centro Histórico de São Paulo, como a Xavier de Toledo, Sete de Abril, Bráulio Gomes, Viaduto 9 de Julho, Viaduto Jacareí e Rua Dona Maria Paula farão parte do novo percurso.
Calor
Com as altas temperaturas durante toda a semana, o calor passou a ser alvo de preocupação. Neste sábado, a previsão é que, entre às 8h e 9h, a temperatura esteja em torno dos 25 graus. O dia será quente e abafado, podendo chegar aos 30 graus perto das 11h (chegada do pelotão de elite), podendo elevar o desgaste do atleta. Com o forte calor, exite a possibilidade dos tempos dos participantes serem mais altos do que da edição anterior.
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