São Paulo aguarda reunião na CBF sobre paralisação do futebol e diz:  "Vai ajudar em quê?"

O São Paulo aguarda o conselho técnico da CBF, marcado para o próximo dia 27, para saber se o futebol brasileiro será paralisado devido às enchentes no Rio Grande do Sul, mas, aparentemente, é favorável pela continuidade das competições.

Na última segunda-feira, os 11 clubes que integram a Liga Forte União (Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco) divulgaram um comunicado defendendo a paralisação dos campeonatos por causa da tragédia no Rio Grande do Sul. Já na terça foi a vez de Bahia e Vitória se juntarem ao grupo. O Grêmio, que faz parte da LIBRA, também está de acordo com a interrupção das disputas.

"Esse é um tema difícil. Toda solução para esse tema tem dificuldades. O que precisamos entender é que a CBF, que organiza o campeonato, convocou um conselho técnico para o dia 27 e lá vai ser o fórum de discussão. O ato humanitário está aí, ele não desassocia do futebol. O ato do simbolismo, e muitos falam em paralisar o campeonato, eu não sei o quanto isso pode contribuir de forma pragmática. O fórum é dia 27, o conselho técnico que foi convocado, e é lá que vamos discutir. O que o futebol pode fazer continuando? O que o futebol pode fazer parando? Seria apenas um ato emblemático, um simbolismo?", questionou o presidente do São Paulo, Julio Casares.

Nas últimas semanas o São Paulo disponibilizou o CT de Cotia e o Morumbis para uso dos clubes gaúchos, Grêmio, Internacional e Juventude, o único que não precisará deixar o Rio Grande do Sul, já que Caxias não foi afetada pelas enchentes. O Colorado, por sua vez, já voltou aos treinos, utilizando a estrutura da PUC-RS, enquanto o Tricolor gaúcho deverá ter como base o CT do Red Bull Bragantino, em Atibaia, e o estádio da equipe, em Bragança Paulista, pera enviar seus jogos.

"O grande jogo que não deve parar é esse aqui, o jogo da solidariedade. A indústria do futebol é muito importante. Claro que estamos doloridos. Se existe isso aqui, é porque todos estamos mobilizados com o Rio Grande do Sul. Temos que agir com muita razão. Às vezes parar duas rodadas... a pergunta que fica é: vai ajudar em quê? Ou é só simbolismo? Se for só simbolismo, o simbolismo está aqui", prosseguiu Casares, apontando para as 320 toneladas de mantimentos arrecadadas pelo São Paulo e que serão destinadas ao Rio Grande do Sul.

"O futebol pode continuar garantindo aos clubes do Rio Grande do Sul toda condição de equiparação esportiva. Que eles tenham um calendário adequado, que o campeonato se estenda, que eles se preparem mais. Hoje vi notícias de que talvez o Grêmio e o Internacional estejam treinando em sedes alternativas. Quem sabe a CBF também não comece a trabalhar em um fundo para ajudar os clubes na recuperação de gramados", concluiu.

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