Atacante do Água Santa dá caminho para Santos segurar Palmeiras no Allianz

A final do Campeonato Paulista do ano passado foi disputada entre Palmeiras e Água Santa. O time de Diadema venceu o jogo de ida por 2 a 1, mas não conseguiu suportar a pressão palmeirense no Allianz Parque na partida de volta e ficou sem o título após ser goleado por 4 a 0.

Bruno Mezenga, atacante de 35 anos, marcou os dois gols do Netuno naquela decisão, e, em entrevista ao UOL, ele explicou o que sua equipe não fez naquele confronto que pode ser muito útil para o Santos ficar com o título após o apito final no jogo — o Peixe venceu a ida por 1 a 0 na Vila Belmiro.

O Santos precisa tentar prorrogar o máximo o primeiro gol. Aqueles primeiros minutos, a vontade ali dos jogadores do Palmeiras junto com o empurrão da torcida, com o estádio lotado isso é praticamente normal. O que vai acontecer ali nos primeiros 15, 20 minutos, essa blitz, essa pressão o tempo todo de querer pressionar e poder marcar logo no inicio do jogo. Bruno Mezenga

O pecado do Água Santa foi justamente esse, não segurar a vontade inicial do Palmeiras.

Na nossa situação nós tomamos o gol muito cedo também [aos 15' do 1º tempo], e a gente sabe que essa pressão inicial principalmente no último jogo no Allianz Parque, com o estádio lotado, é bem difícil e aí se você toma o gol logo no inicio acaba que também estraga um pouco da estratégia.

Bruno Mezenga vê um duelo equilibrado, mas não fica em cima do muro. Para ele, o Santos tem vence pelo belo trabalho de reconstrução que tem feito após o rebaixamento: "Tem tudo pra ser campeão".

Dentro de campo, Endrick impressiona

Endrick comemora após marcar o 3º gol do Palmeiras na final do Campeonato Paulista, contra o Água Santa
Endrick comemora após marcar o 3º gol do Palmeiras na final do Campeonato Paulista, contra o Água Santa Imagem: Marcello Zambrana/AGIF
Continua após a publicidade

Outro atacante que se destacou naquela final entre Palmeiras e Água Santa foi Endrick. Ele também marcou dois gols nas finais e tinha apenas 16 anos. Mezenga afirma que, pela idade, os feitos do camisa 9 do Alviverde impressionam. "O pessoal da defesa falou que o Endrick é bem forte. O Rodrigo Sam [zagueiro], teve uma trombada com ele no jogo da fase de grupos e até gerou uma confusão, mas todo mundo falou que ele tem um porte físico valorizado", acrescentou.

O Endrick tem um futuro brilhante. Pelo que a gente vê, ele é um menino bem 'pés no chão'. Acho que ele tem tudo para ter um futuro maravilhoso. É um excelente jogador, tem características de um centroavante completo. Pela idade dele, a força que ele tem, o arranque, a velocidade e a forma dele jogar, chama muita atenção

O que aconteceu com ele depois da final?

O bom Paulistão de 2023 pelo Água Santa levou Bruno Mezenga ao Santos. O atacante marcou 7 gols em 14 partidas do estadual, e foi emprestado ao Peixe.

Mezenga chegou ao Santos com grandes expectativas e não recebeu as oportunidades que esperava. O atacante só atuou em 11 partidas e marcou apenas um gol — não foi utilizado pelo Peixe durante todo 2º turno do Brasileirão. O Santos acabou sendo rebaixado para a Série B, e o jogador acabou sendo devolvido ao Água Santa.

Bruno Mezenga é cria da base do Flamengo e passou por países muito diferentes durante sua carreira: jogou no futebol turco, polonês, sérvio e tailandês antes de retornar o futebol brasileiro. O contrato dele com o Água Santa acaba neste mês, e ele deve procurar um novo clube.

Continua após a publicidade

Veja outras falas de Bruno Mezenga

Definição dos pênaltis: "Para os pênaltis é uma decisão boa. Os dois são excelentes goleiros, o Weverton dispensa comentários, de seleção, e o João Paulo também é um excelente goleiro, que também pode ter oportunidade na seleção é muito bom goleiro, mas eu acho que talvez o momento do João Paulo seja melhor".

Quem pode ser decisivo na final: "Em final tudo é imprevisível. As vezes a gente acha que um atacante vai brilhar e as vezes não é nem o atacante, é um zagueiro ou um volante que acaba fazendo um gol, mas o Endrick e o Flaco López, os dois estão bem em alta pela parte do Palmeiras, e pela parte do Santos tem o Otero, que já fez o primeiro gol da final, e tem o Guilherme, tem o Giuliano, que está voltando de lesão que é uma peça importante, tem o Joaquim que tem uma bola parada muito boa, tanto o Joaquim quanto o Gil que são cabeceadores muito bons e eu acho que podem decidir a partida".

Santos favorito para ficar com o título: "O ano passado não foi um ano tão bom, mas os jogadores que estão lá são excelentes jogadores eu acho que esse sentimento de poder estar chegando numa final e poder tentar mudar um pouco da situação que o Santos está de ter sido rebaixado [no Brasileirão] mas eu acho que esse desejo, essa vontade de repente trazer o título, ela vai ajudar bastante".

Como é jogar no sintético do Allianz Parque: "É bom e ruim ao mesmo tempo porque a bola rolando ela não tem a grama natural ela as vezes solta uma pouco de grama tem aquele quique diferente no passe rasteiro a bola vem retinha, vem mais fácil ganha velocidade que é bom também pro jogo, mas no sintético é a bola quica, a bola às vezes vem no alto ela bate e não tem aquele amortecimento que tem na grama natural ela acaba morrendo um pouco e na grama sintética ela quica e vai bem alta".

Continua após a publicidade

Reformulação do Santos após a queda: "Eu acho que alguns jogadores permaneceram, eu fiz bastante amigos lá, não só jogadores mas estafe. Esse sentimento do clube ter caído, todo mundo ficou chateado e aqueles que estão lá querem reerguer o Santos, uma mudança sempre acaba trazendo aquela motivação de trazer alguma coisa melhor pro clube já que o clube já estava vivendo antes do ano passado, já estava vivendo várias situações de não cair até propriamente no Paulistão, então esse ano que seja um ano de reviravolta pro Santos".

Vontade de permanecer no Santos: "O meu intuito quando eu voltei de fora do país era sempre voltar a um time de elite da Série A e eu consegui chegar ao Santos, lógico que a vontade era muito grande de permanecer de poder ter ajudado mais já que eu não tive tantas oportunidades como eu achava que poderia ter, mas isso faz parte do futebol, o santos passou por um momento difícil, muita mudança de treinador isso acaba dificultando o trabalho e eu tenho esse gostinho de ter permanecido no Santos, quem não quer jogar no Santos com a grandeza desse clube dessa camisa".

A entrevista na íntegra

Deixe seu comentário

Só para assinantes