Dono do Botafogo depõe à polícia sobre suposta manipulação de resultados

John Textor, dono da SAF do Botafogo, prestou depoimento à polícia nesta quarta-feira (3) sobre os supostos casos de manipulação de resultados que ele alega que ocorreram no Brasileiro do ano passado.

O que aconteceu

O empresário desembarcou no Rio de Janeiro durante a tarde e foi à Cidade da Polícia. Ele chegou acompanhado de três advogados.

O depoimento durou cerca de três horas. Ele saiu da Cidade da Polícia direto para o Estádio Nilton Santos para acompanhar o jogo do Botafogo pela Libertadores. Textor não deu entrevistas no local.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia do Consumidor, instaurou inquérito, após manifestação do MPRJ. O caso tramita no Grupo Temático Temporário (GTT Desporto/ MPRJ), e "na atual fase do curso, diante do sigilo decretado, não há informações que possam ser compartilhadas". A informação foi publicada, primeiramente, pelo "ge" e confirmada pelo UOL.

O dono da SAF publicou um texto na segunda-feira citando jogos teriam sido manipulados. Ele apontou as vitória do Palmeiras contra São Paulo e o triunfo do Verdão sobre o Fortaleza.

Textor apontou o uso de inteligência artificial. Ele disse que, "segundo experts de inteligência artificial", a goleada do Palmeiras sobre o São Paulo foi manipulada por pelo menos cinco jogadores do São Paulo, e não mencionou nomes.

Textor no STJD

O STJD marcou para o dia 15 de abril o julgamento de Textor por não enviar ao tribunal as provas que diz ter sobre manipulação de partidas. O norte-americano pode ser multado e suspenso.

Textor foi denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A primeira infração (artigo 220) é por "deixar de colaborar com órgãos da Justiça Desportiva na apuração de irregularidades". A pena de multa pode chegar a R$ 100 mil neste item. A segunda infração é "deixar de cumprir ou retardar cumprimento de decisão da Justiça Desportiva". Nessa, ele pode levar suspensão de 90 a 360 dias, além de multa de até R$ 100 mil.

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A denúncia contra Textor é resultado de um inquérito aberto no STJD. A ideia é apurar e pedir mais detalhes sobre as declarações dele sobre manipulação em edições recentes do Brasileiro. Textor chegou a dizer que tinha gravações de árbitros dizendo que não receberam propinas prometidas.

O STJD deu dois prazos para o dono da SAF Botafogo enviar as provas que dizia ter. Mas a resposta foi a de que o tribunal não tinha competência para apurar os casos. Assim, os membros do STJD decidiram que ele deveria ser denunciado e alvo de julgamento, agora marcado para o dia 15.

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