Marta chora em entrevista e garante: 'Estou 100% preparada para jogar'

Marta se emocionou e chorou na entrevista coletiva de prévia do confronto entre Brasil e Jamaica, decisivo na Copa do Mundo feminina. Ela também garantiu que está pronta para jogar 90 minutos.

Tem ideia do legado: "Não gosto de falar muito. Temos noção de tudo que estamos construindo na carreira. Não costumo focar em mim. Costumo focar no todo. No que estamos fazendo, evoluindo. Quando comecei a jogar não tinha um ídolo no feminino, vocês não mostravam os jogos. Como ia ver, entender que poderia virar referência? Hoje saímos na rua, os pais falam que as filhas querem ser iguais a nós. Temos as nossas referências. Não teria acontecido se a gente tivesse parado nos primeiros obstáculos. É uma persistência contínua."

Mais sobre legado: "Não começou só comigo, a gente tem muito orgulho. A gente pede muito pra que a nossa geração continue inspirando cada vez mais, meninos e meninas. Em 2003, ninguém conhecia a Marta, era minha primeira Copa. Vinte anos depois, a gente virou referência para muitas mulheres no mundo inteiro. Vemos muitas mulheres no jornalismo, que a gente não via. A gente abriu portas para a igualdade."

Pode jogar? "Estou 100%, preparada para jogar, não sei quantos minutos. Se tiver que jogar o tempo inteiro vou jogar, alguns minutos também. Estou treinando normalmente. Os números não mentem. Não tem nada que me impeça de jogar. Vou lutar para jogar 90 minutos, se ela [a técnica Pia Sundhage] me colocar."

Como a experiência ajuda: "O jogo vai ser nervoso, porque é praticamente já mata-mata, começou antes do previsto. Acredito que temos uma equipe qualificada, são situações que acontecem. Estamos jogando uma Copa, temos que estar preparadas. Com a minha experiência e de outras atletas vamos fazer de tudo para manter o foco. Queremos continuar na competição."

Emocional: "É natural que a gente se reúna depois de um jogo difícil como foi contra a França. Muitas ficaram abaladas. Temos um grupo forte. Nessas horas temos que mostrar que nada acabou. São situações que temos que ser fortes e reverter. A França é passado, foco total na Jamaica porque temos condições de nos classificar."

O que mudou desde 2019: "Se resume a atitude de todos. Isso mudou. Não só pelas atletas, mas por todos. É nítido. Tem que dar seguimento. A Pia chegou na seleção e começou a fazer as mudanças, trouxe atletas novas. É necessário dar seguimento, é essa geração que vai continuar levando trabalho. Meu desabafo [após a eliminação na Copa da França, em 2019] foi para que todos fizessem seu papel. Vem acontecendo e temos que reconhecer e aproveitar cada momento. Fazer só o básico não é suficiente. Precisamos fazer sempre mais. se colocarmos em prática, será um futuro brilhante. Não só o Brasil, mas outras seleções. Não ganha só um, ganha a seleção e a modalidade."

O que mudou da vitória contra a Jamaica em 2007: "A Marta de 2007 tem mais experiência. Hoje temos que pensar um pouco mais em como agir porque tenho menos velocidade. Com a minha experiência e todos os anos de carreira vou tentar dentro e fora de campo mostrar que somos capazes de vencer novamente a Jamaica. Aconteceu em 2007, 2019 e vai acontecer amanhã, assim espero."

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Jamaica: "Cada jogo é diferente. O futebol tem disso. O favorito nem sempre ganha. Temos que respeitar o adversário, independente do time que vai jogar contra. São 11 contra 11."

CURIOSIDADE: Marta emocionou boa parte da sala quando começou a chorar e falar sobre ser uma referência no futebol feminino e para as mulheres.

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