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Comparações com Vini Jr são vistas como elogios por Luiz Henrique, do Betis

Luiz Henrique comemora gol marcado pelo Betis na Liga Europa - Danilo Di Giovanni/Getty Images
Luiz Henrique comemora gol marcado pelo Betis na Liga Europa Imagem: Danilo Di Giovanni/Getty Images

Do UOL, em Santos (SP)

01/02/2023 04h00

Aos 22 anos, Luiz Henrique chegou ao Real Betis como aposta em 2022. A ideia era usar o atacante ex-Fluminense aos poucos, só que a rápida adaptação fez o clube espanhol mudar seu planejamento. Protagonista, a cria de Xerém virou titular absoluto e é comparado a Vini Jr, destaque do Real Madrid.

  • O Betis tinha a contratação de Vini Jr como modelo. O Real Madrid acertou com o brasileiro, mas não o inseriu diretamente no time. O atacante cresceu aos poucos e foi ganhando seu espaço naturalmente, assim como Luiz Henrique.
  • Luiz Henrique vem demonstrando maturidade para absorver o que pede o técnico chileno Manuel Pellegrini. O comandante falou abertamente que o atacante cometia erros no começo, mas vem melhorando.
  • O atacante foi a surpresa de Tite na pré-lista de até 55 nomes para a Copa do Mundo do Qatar 2022. Ele nunca havia sido, mas apareceu na listagem. É um dos nomes cotados para o próximo ciclo de Copa e, principalmente, da Olimpíada.

O Vini é talentoso demais, joga muito. Todos falam que jogo parecido com ele e fico orgulhoso com esse elogio. Ele é muito bom mesmo".
Luiz Henrique, em entrevista exclusiva ao UOL.

Portunhol atrapalhou no começo: "Eu recebi a notícia [da pré-convocação] em casa. Foi até engraçado, não entendia espanhol ainda. O advogado do Bétis me mandou uma carta em espanhol, mas vi umas coisas em cima da seleção e não entendi. Mandei pro Willian José, que está na Espanha há nove anos, e ele falou da pré-lista da seleção principal".

Saudade de Fernando Diniz, técnico do Fluminense: "Quando meu pai faleceu, ele me ligou, conversou comigo. Nós batemos um papo bom, dissemos que estamos com saudade um do outro. Ele é trabalhador demais, tem futuro brilhante no Fluminense".

Racismo em La Liga: "Nunca sofri, mas sabemos como é complicado. Acompanho muito o Vini, ele está sofrendo muito racismo. Mas tem que fazer o que tem feito. Deixar racismo de lado".

Luiz Henrique comemora gol marcado pelo Betis na Liga Europa - Danilo Di Giovanni/Getty Images - Danilo Di Giovanni/Getty Images
Luiz Henrique comemora gol marcado pelo Betis na Liga Europa
Imagem: Danilo Di Giovanni/Getty Images

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Bom início

"Até eu me surpreendi com o começo. Muitos falam que, quando um jogador vem para a Europa, tem muita dificuldade de adaptação às falas, outras línguas e culturas. Mas eu consegui encontrar dois brasileiros aqui, Willian José e Luiz Felipe, que me ajudaram muito no começo e até hoje me ajudam. Minha adaptação tem sido rápida, entendo rápido e já falo o espanhol. Estou conseguindo me desenvolver".

Dificuldade com o espanhol

"Ah, portunhol, né? Tentei desenrolar no começo, mas foi bem difícil. Falam muito rápido, entender era difícil. Mas quando eles falavam devagar eu conseguia entender".

Onde é mais fácil driblar?

"No Brasileirão é mais fácil. Aqui já tem que pegar a bola pensando, vem a marcação em cima e é difícil no começo. Estou conseguindo me adaptar".

Racismo contra Vini Jr

"Ah, cara. Nunca sofri não esse negócio de racismo, mas sabemos como é complicado. Acompanho muito o Vini, ele está sofrendo muito racismo. Mas tem que fazer o que tem feito. Deixar racismo de lado, essas pessoas que não são de bem, e colocar o futebol dentro de campo. Jogar, dançar, é o que ele tem feito e continuar assim, de cabeça erguida e para frente".

Comparações com Vini

"Não conheço o Vini, mas vi ele jogar contra o Fluminense. Talentoso demais, tem talento muito bom, joga muito. Todos falam que jogo parecido com ele e fico orgulhoso com esse elogio. Ele é muito bom mesmo. Acompanhava ele e acompanho aqui, mas não conhecia. Conversei agora, quando joguei contra eles no campo do Real Madrid. Muito humilde, conversei com ele, Militão e Rodrygo. Até troquei a minha camisa com o Vini. É humilde e tem muito sucesso pela frente".

Vini é inspiração?

"Sim, eu me inspiro nele também, na velocidade e nos dribles dele, na tranquilidade para finalizar. Mas tenho outros que gosto muito, como Neymar e Messi, caras com muito futuro pela frente e tenho muito a ver deles. Me inspiro no Messi, Neymar e às vezes também no Vini Jr, caras com muito futebol e que gosto de acompanhar".

Luiz Henrique, do Betis, tem sido comparado a Vini Jr, do Real Madrid - Oscar J. Barroso/Europa Press via Getty Images - Oscar J. Barroso/Europa Press via Getty Images
Luiz Henrique, do Betis, tem sido comparado a Vini Jr, do Real Madrid
Imagem: Oscar J. Barroso/Europa Press via Getty Images

Pré-convocação de Tite para a Copa

"Eu recebi a notícia em casa, eu nem falava o idioma ainda. Foi até engraçado, não entendia espanhol ainda. O advogado do Bétis me mandou uma carta em espanhol, mas vi umas coisas em cima da seleção e não entendi. Mandei pro Willian José, que está na Espanha há nove anos, e ele falou da pré-lista da seleção principal. Foi muito engraçado, esperei ele chegar para mandar. Fiquei muito feliz com a notícia, o sonho de todo jogador brasileiro é defender seu país".

Futuro na seleção

"Meu sonho é jogar Olimpíada e Copa do Mundo. Sonho de todos os brasileiros defender o país. Trabalho para isso todos os dias, dou meu máximo, jogo futebol como sei jogar. Faço de tudo para um dia defender seleção brasileira na Olimpíada ou Copa".

Jogar pelo Betis logo após a morte do pai

"Eu recebi essa notícia do falecimento do meu pai, mas tive problemas de não conseguir passaporte. Foi transferido por causa de um campeonato na Arábia Saudita. Não ia conseguir ver meu pai, mas falei que queria ficar, chamei minha mãe e irmãos para ficar uns dias comigo e tentar esquecer, não ficar em casa só pensando nisso. Decidi jogar, eu ficaria em casa chorando e lembrando. Queria jogar e fazer de tudo por ele. Foi presente muito bom, meu pai deve ter ficado orgulhoso de mim. Vou dar tudo por ele, minha mãe, meus irmãos, minha mulher e meu filho. Eles merecem isso".

Críticas pela venda de 13 milhões de euros do Fluminense

"Até hoje alguém comenta disso na minha foto, faz parte. Importante é estar feliz, gostar de onde estou e estar jogando, mostrar futebol para o mundo".

Vale 13 milhões de euros?

"Ah, vale, claro que vale [risos]. Mas o que importa é jogar futebol, estar bem".

Possibilidade de ajudar o Fluminense financeiramente

"Claro, isso me deixa feliz [ajudar o Fluminense]. É o clube do meu coração, clube do meu pai também. O sonho dele era me ver como profissional do Fluminense. Ele viu e agora vê de lá de cima. Acompanho o Fluminense como posso, comento as publicações e a torcida fala que está com saudade".

Venda de 13 milhões de euros após infância difícil

"Muitas pessoas falam que é muito barato, mas não sabemos quanto dinheiro que é. Vim de baixo, não tinha nada. Para mim foi uma loucura, mas sempre falei que dinheiro não vai me deixar marrento, julgar alguém por ter dinheiro e os outros não. Sempre falei de jogar futebol para ajudar a família e minha casa".

Fernando Diniz

"Minha relação com o Diniz é muito boa. Quando meu pai faleceu, ele me ligou, conversou comigo. Nós batemos um papo bom, dissemos que estamos com saudade um do outro. Ele é trabalhador demais, tem futuro brilhante no Fluminense. Vai ganhar muitas coisas lá nesse ano, eu tenho saudade dele e do Brasil, mas futebol é assim. De uma hora para outra estamos em outro lugar e temos que desenrolar. Ele ajudou bastante, melhorei muito com o Diniz e fico muito orgulhoso dele no Fluminense".

Sondagens no mercado

"Claro que isso é importante, o interesse de outros clubes, mas deixo essas coisas para meus empresários resolverem. Só foco no meu futebol para dar tudo ao Betis. É onde estou, onde jogo e por isso deixo o resto para os empresários. Quando vier a notícia, depois eu penso em ir para outro time".

Comparações com Denilson, ídolo do Betis

"Sim, teve comparação. Falaram que é a mesma habilidade, mesmo jogo, de atacante pela esquerda. Até La Liga postou foto comigo do lado dele. Fico orgulhoso pela comparação com o Denilson, ele foi um grande do futebol".