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Jornal: Daniel Alves tentou esconder quem era ao falar com vítima na boate

Do UOL, em São Paulo

21/01/2023 04h00

Daniel Alves teria tentado esconder sua identidade durante conversa com a mulher que o acusa de estupro, na boate Sutton, em Barcelona. As informações são dos jornais espanhóis El País e El Mundo.

Segundo depoimento da vítima, uma mulher de 23 anos, o lateral brasileiro se apresentou como "Dani" e disse que era um "jogador de petanca do L'Hospitalet de Llobregat (município de Barcelona)". Trata-se de um esporte de origem francesa que consiste no lançamento de bolas metálicas, com o objetivo de ficar o mais próximo possível da pequena esfera de madeira previamente lançada.

Amigos mexicanos, porém, reconheceram Daniel Alves como o multicampeão do futebol e jogador do Pumas (MEX) e contaram a verdade à vítima. Ela disse ainda que não sabia quem era o brasileiro.

A vítima relatou que estava na área VIP da boate com os mexicanos e mais duas amigas quando um garçom se aproximou e afirmou que alguém convidava as moças para uma bebida. O "anfitrião" era Dani Alves, que estava com um amigo.

Segundo a moça, o jogador teria passado as mãos dela sobre seu pênis enquanto eles dançavam, e ela se esquivou.

Por volta das 4h30 (horário local), Dani teria pedido para que ela o seguisse em direção a uma porta e, ao atravessá-la, viu o pequeno lavabo — onde teria acontecido o suposto estupro.

  • Daniel Alves prestou depoimento ontem e acabou preso preventivamente sem direito a fiança;
  • O jogador, que responde por crime de agressão sexual, teria admitido ter mantido "relações consensuais" com a mulher que o acusa de estupro;
  • A versão, porém, contrasta com vídeo feito por Daniel Alves em 5 de janeiro, quando negou qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a menina.
  • O caso aconteceu em 30 de dezembro do ano passado, em uma balada na cidade espanhola.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.