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Dani Alves passa primeira noite na cadeia e é capa de jornais na Espanha

Do UOL, em São Paulo

21/01/2023 09h03

Daniel Alves passou a primeira noite preso provisoriamente acusado de agressão sexual a uma mulher em uma boate em Barcelona no fim do ano passado. O brasileiro está na penitenciária Brians 1, conhecida no país como "a prisão dos famosos".

  • O crime teria ocorrido no dia 30 de dezembro de 2022. Após depoimento de Dani Alves sobre o caso, a juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín determinou a prisão sem direito a fiança.
  • O brasileiro vai ficar preso até a investigação terminar. Ele passou por exame médico e psicológico antes de ser encaminhado para a cela. Seus advogados de defesa, empresário e assessoria ainda não se posicionaram.
  • O local de detenção do jogador é muito diferente das prisões comuns brasileiras, pois tem celas para uma ou duas pessoas, área de piscina e biblioteca, por exemplo.
  • A Justiça segue investigando, tomando depoimento de testemunhas, fazendo a perícia do local e avaliando os exames médicos. Há um prazo de quatro anos para concluir a investigação, mas a tendência é que termine antes. Uma vez que a investigação estiver pronta, Daniel Alves será finalmente julgado. Ele pode pegar até 12 anos de prisão.

Neste sábado (21), Daniel Alves ilustrou a capa dos principais jornais esportivos da Espanha. São os casos do "Ás" e do "Sport". Já o "Marca" prefere destacar uma entrevista com o técnico espanhol do Arsenal Mikel Arteta, mas a prisão do brasileiro ocupa parte relevante da capa. Tanto o "Ás", quanto o "Sport" têm como manchete uma frase que pode ser traduzida como "Para a prisão".

Há alguns motivos pelos quais a prisão provisória de Daniel Alves foi decretada. São eles:

  • Risco de fuga. Pelo fato de Dani Alves ter uma boa condição econômica, tornaria viável a possibilidade de ele deixar o país durante as investigações.
  • Como Daniel Alves tem dupla nacionalidade, se viajasse ao Brasil, não haveria forma de extraditá-lo para ser julgado na Espanha. É o que aconteceu com o também jogador Robinho, condenado na Itália.
  • O depoimento da mulher que acusa Daniel Alves é contundente e sem contradições.
  • As informações policiais: análise de câmeras de segurança, coleta de depoimento de funcionários da boate e exames médicos entregues pela vítima foram considerados contundentes.

Daniel Alves entrou em contradição durante depoimento prestado ontem (20) ao Tribunal de Justiça de Barcelona, de acordo com relato do jornal espanhol "El Periódico". O jogador teria admitido ter mantido "relações consensuais" com a mulher que o acusa de estupro dias depois de afirmar em 5 de janeiro que nem sequer a conhecia. A contradição contribuiu para a detenção.

O relato da suposta vítima é explícito e contundente e um exame teria constatado lesões características de abuso. A mulher teria sido encaminhada para um hospital, onde passou por exames biológicos em busca de evidências. O exame teria constatado lesões características de um estupro.

O Pumas, time que contratou Daniel Alves no meio do ano passado, anunciou a rescisão de contrato por justa causa com o jogador horas depois da decretação da prisão provisória. Ele atuou em 13 partidas e tinha contrato até o fim de junho.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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