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Abel fala em Palmeiras 'sólido' no clássico e pede paz no Dérbi de quinta

Do UOL, em São Paulo

13/03/2022 21h50

O português Abel Ferreira deixou o Allianz Parque satisfeito com o que foi produzido pelo Palmeiras na vitória diante do Santos, por 1 a 0. O treinador fez questão de falar sobre as qualidades de sua equipe, elogiou a entrega coletiva dos atletas e fez questão de exaltar os feitos dentro de campo. O comandante alviverde também projetou o clássico com o Corinthians, na próxima quinta (17), e pediu paz entre os torcedores.

"Dominamos em todos os níveis. Poderíamos ter ido ao intervalo com dois ou três gols porque criamos para isso, fomos consistentes ao nos defender, mas hoje era um jogo contra uma equipe difícil, com muita história. O importante é que fizemos um jogo sólido e concedemos muito pouco ao nosso adversário. O futebol é isso, é jogar bem, jogar bola e encontrar oportunidades. Vamos continuar a trabalhar", discursou o treinador do Palmeiras em entrevista coletiva.

Enfático em suas respostas, o português voltou a exaltar o trabalho de sua comissão técnica e relembrou a trajetória que construiu no clube e os títulos conquistados com o elenco. Dono da melhor campanha do Campeonato Paulista até aqui e já se preparando para o início da fase mata-mata, Abel deu uma cutucada nos rivais ao dizer que outras equipes têm muito mais obrigação de ganhar o estadual do que o Palmeiras.

"Temos que perceber que o Palmeiras está em um processo contínuo, quando chegamos ao Palmeiras era esta a nossa equipe, o nosso elenco. A maioria está aqui, não houve grandes alterações. Os nossos jogadores são os mesmos de quando chegamos. Tal como eu, os jogadores cresceram dentro do Palmeiras. Somos uma equipe que procura evoluir a cada e temos sequência de trabalho. Já disse e que fique bem claro: há equipes que têm muito mais responsabilidade de ganhar o Paulista do que o Palmeiras. Entramos nesta temporada com a prioridade clara de Mundial e Recopa, o Paulista vem como sequência".

O próximo adversário do Verdão, inclusive, é o rival Corinthians — uma das equipes também apontadas como favoritas ao título do Paulistão. O Dérbi será disputado na próxima quinta, às 20h30 (horário de Brasília), no Allianz Parque, e o treinador fez questão de convocar a torcida para o clássico. Fora do estádio, no entanto, Abel pediu paz e o fim dos conflitos entre palmeirenses e corintianos.

"Sabemos que vai ser um grande Dérbi, espero que seja feito e disputado dentro das quatro linhas. Os nossos torcedores possam respeitar o nosso adversário e que nos ajudem a ganhar dentro das quatro linhas. Fiquem tranquilos, em paz, e que dentro de campo seja um grande jogo. Nós contra eles e vamos jogar para ganhar. Fora, vamos respeitar o nosso adversário. Vamos aqui na nossa casa juntar nossas forças e jogar para ganhar", encerrou o comandante alviverde.

Leia, na íntegra, a coletiva do técnico Abel Ferreira:

Sobre campanha do Palmeiras no Paulistão

"Nós temos que perceber que o Palmeiras está em um processo contínuo, quando chegamos ao Palmeiras era esta a nossa equipe, o nosso elenco. A maioria está aqui, não houve grandes alterações. Os nossos jogadores são os mesmos de quando chegamos. Tal como eu, os jogadores cresceram dentro do Palmeiras. Somos uma equipe que procura evoluir a cada e temos sequência de trabalho. Já disse e que fique bem claro: há equipes que têm muito mais responsabilidade de ganhar o Paulista do que o Palmeiras. Entramos nesta temporada com a prioridade clara de Mundial e Recopa, o Paulista vem como sequência. Mais uma vez, somos a única equipe que joga de dois em dois dias, de três em três dias, e eu preciso trocar os jogadores após cada jogo. Eles mantêm o padrão, grande jogo hoje, mais uma vez. É assim que funciona, fico feliz pela torcida que se vê na nossa forma de jogar, no empenho de nossos jogadores e quanto mais unidos estivermos mais temidos seremos. O Palmeiras é isso, é foco, é muito trabalho, é qualidade no seu jogo. O destino desses jogadores é bater recordes, isso dá confiança para serem mais experientes e acreditarem mais neles. Seja onde for, quando for, vamos jogar dessa maneira".

Como você avalia a produção ofensiva do Palmeiras? A ausência de um centroavante faz falta?

"Nossa equipe é um bocadinho retranqueira. Nós jogamos atrás, não criamos oportunidades de gol, não joga, não propõe, não ganha, não bate recordes. É um gosto treinar esses jogadores, essa equipe sabe o que faz. Eu troco os jogadores, troco os centrais, troco o goleiro, troco o centroavante e a equipe mantém o padrão. As pessoas que acompanham o futebol brasileiro, sobretudo os mais velhos, sabem mais do que eu que é completamente diferente jogar em casa e fora de casa. Não ganhávamos do São Paulo fora de casa no Paulista há 25 anos. Aqui no Brasil, é diferente e isso é algo que quem comenta tem que analisar. O que temos que fazer é isso: ritmo e intensidade. Fazer os jogadores chegarem na área de gol, na área de cruzamento. Esse é o meu trabalho. Fora, jogamos contra o adversário e contra a torcida. É por isso que há aqui uma grande diferença entre jogar em casa e jogar fora. Quem tem que analisar precisa fazer isso, mas o importante é que nós, a família Palmeiras, reconhecemos. É isso que vamos continuar a fazer. O Palmeiras precisa ser competitivo, é verdade que não temos jogadores internacionais que jogaram no exterior, mas com a nossa humildade vamos levar a água ao nosso moinho".

Sobre simbologia da faixa de capitão ao meia Raphael Veiga e à expectativa de convocação para a seleção brasileira que não se concretizou

"Reconhecer a importância dele para nós. Tive uma conversa com nossos líderes, com o Rocha, com o Gómez e com o Weverton. São grandes homens, de grande caráter. Perceberam a intenção, a ideia e o importante é isso. É um 10 completo, um que marca, que ataca, robusto e queremos que ele fique por muitos anos no Palmeiras".

Sobre a utilização do Jorge na ausência do Piquerez

"Sabemos que vamos ficar sem jogadores por causa das seleções. O Piquerez não havia sido convocado e agora o foi novamente. Podemos perder o Kuscevic, o Gómez e o Weverton. Antigamente, tínhamos dois ou três e agora vamos ter mais, fruto do trabalho deles. Temos que estar preparados. Acreditamos no Jorge, fez um bom jogo hoje, e queremos evoluir. Na lateral-esquerda temos dois grandes jogadores. Hoje foi por opção, mas quando o Piquerez for para a seleção, o Jorge vai jogar".

Sobre o pedido de liberação de Gustavo Gómez da seleção paraguaia

"Se eu fosse presidente de um clube ficaria muito danado porque pago salários aos jogadores e fico sem eles. Vamos ficar sem Weverton, Kuscevic, Gómez, Piquerez e tem o Veiga que vai e não vai. Mais uma vez dou minha opinião. Os clubes e as entidades que organizam os campeonatos também são responsáveis. Se não pensarmos de forma global, se pensarmos só no dinheiro, vamos ficar sem jogadores. Não entendo isso. É urgente no futebol brasileiro e faço de tudo para valorizar o futebol, não apenas o Palmeiras. Se queremos ter melhores espetáculos, os clubes têm responsabilidade, as federações têm responsabilidade de organizar calendários que permitam que o campeonato pare em datas de seleções. Temos que pensar nisso. Gosto de estar aqui e não vou ser influenciado por aquilo que os outros pensam. Vou dar minha opinião, vou pensar no que é melhor no futebol brasileiro. Minha opinião é, e aceito a opinião diferente, que enquanto não tivermos essa visão será difícil melhorar a qualidade de jogo. É impossível termos uma equipe competitiva. É uma alegria ver meus jogadores nas seleções, o Palmeiras tem que se sentir feliz por isso, é fruto da valorização de todos. Tenho certeza absoluta, e podem escrever aí, que o futuro será esse".

Qual será a postura do Palmeiras no Dérbi?

"É um jogo com uma importância muito grande, mas volta a repetir: é um clássico, tem que ser jogado e vai ser aqui no Allianz. Conto com a vossa ajuda para derrotarmos o nosso grande rival, é assim que tem que ser. Nós contra eles dentro do Allianz Parque, fora não. Nós precisamos deles, desse clima dentro de campo, dessa rivalidade, vamos recebê-los e disputar mais um jogo para continuar nessa caminhada com o intuito de sempre que é vencer".

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