Topo

Observação ao vivo e força física: como Diego Carlos furou fila na seleção

Brasileiro em ação contra o Athletic Bilbao, no sábado (31). Hoje, atua pela Liga dos Campeões, diante do Krasnodar Imagem: Juan Manuel Serrano Arce/Getty Images

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

04/11/2020 04h00

O zagueiro Diego Carlos é a grande novidade entre os convocados à seleção brasileira para as próximas rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar-2022, nos próximos dias 13 (no Morumbi, contra a Venezuela) e 17 (fora de casa, diante do Uruguai). Ele foi chamado ontem (3) ao lado de Felipe para repor os cortes de Rodrigo Caio e Éder Militão.

O técnico Tite já precisou substituir quatro convocados inicialmente, mas o único dos suplentes que nunca tinha vestido a Amarelinha é o jogador de 27 anos do Sevilla-ESP. Diego é o 16º zagueiro diferente a ter chance com o treinador em quatro anos e cinco meses de trabalho.

Outros zagueiros já convocados por Tite ficaram pelo caminho desta vez, como Gil (Corinthians), Geromel (Grêmio), Samir (Udinese-ITA) e Jemerson (ex-Monaco-FRA, a caminho do Corinthians), além de outros hoje considerados mais distantes do radar, como Miranda (Jiangsu Suning-CHN), Dedé (Cruzeiro), Pablo (Bordeaux-FRA), David Luiz (Arsenal-ING), Luan (Palmeiras) e Vitor Hugo (Trabzonspor-TUR).

Diego Carlos furou a fila e, ao lado de Felipe, se juntará a Marquinhos (PSG-FRA) e Thiago Silva (Chelsea-ING) a partir da próxima segunda-feira (9) em razão de uma longa observação da comissão técnica da seleção brasileira. Além de vídeos e monitoramento remoto, ele foi visto ao vivo por Matheus Bachi, auxiliar de Tite, numa partida em 16 de fevereiro deste ano.

Brasileiro marca Wu Lei, do Espanyol, em jogo do Campeonato Espanhol que Matheus Bachi viu Imagem: Fran Santiago/Getty Images

O Sevilla empatou em 2 a 2 com o Espanyol naquela ocasião, mas Diego Carlos atuou os 90 minutos e se destacou positivamente. Sua força e imposição física foi o comportamento observado ao vivo que mais agradou. Foi uma partida em que ele fez sete cortes e travou um chute em chance real do adversário, além de duas interceptações, dois desarmes, dois duelos pessoais vencidos no chão e sete em dez duelos vencidos pelo alto. Até uma finalização ele conseguiu.

A decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em enviar Matheus Bachi para o acompanhamento in loco de Diego Carlos foi motivada pela temporada de afirmação que ele viveu no Sevilla em 2019/2020, que culminou no título da Liga Europa conquistado em agosto, com um gol de bicicleta do brasileiro.

Internamente, o zagueiro virou assunto por causa da trajetória passo a passo que segue no futebol europeu. Antes de o Sevilla contratá-lo por 15 milhões de euros (R$ 94 milhões, em julho de 2019), ele havia atuado no Campeonato Francês (Nantes) e no Português (Estoril). Isso significa uma afirmação gradativa em alto nível e a tendência é que um novo passo seja dado em breve.

Ao menos quatro gigantes europeus têm Diego Carlos no radar: Manchester City (o diário AS publicou que ele é o "zagueiro dos sonhos" de Guardiola), Liverpool, Bayern de Munique e Arsenal. Sua cláusula rescisória é de 75 milhões de euros (mais de R$ 504 milhões), valores que o tornariam o terceiro zagueiro mais caro da história.

Zagueiro do Sevilla tenta desarme em Messi durante partida contra o Barcelona em 4 de outubro Imagem: Xavier Bonilla/NurPhoto via Getty Images

Diego Carlos foi formado nas categorias de base do Paulista, do Desportivo Brasil e do São Paulo, pelo qual chegou a ser promovido ao elenco principal por Ney Franco, em 2013, mas nunca jogou. Ele defendeu profissionalmente Paulista e Madureira antes de chegar ao futebol português. Nem sequer nas seleções brasileiras de base chegou a atuar.

Bem avaliado pela comissão técnica, ele ainda tem dois compromissos pelo Sevilla até a apresentação: hoje (4), às 17h, contra o Krasnodar, pela Liga dos Campeões da Europa, e sábado, contra o Osasuna, pelo Campeonato Espanhol. Depois, é esperado na Granja Comary para uma bateria de avaliações que vai além do campo ou do nível de treinamento. Seu comportamento, capacidade de integração e personalidade também serão observados de perto para que os profissionais da CBF entendam se há condições de chamá-lo mais vezes.

Assim como ele, há outros nomes no radar de Tite em busca do timing perfeito: Gabriel Magalhães (Arsenal-ING), Luiz Felipe (Lazio-ITA), Rafael Tolói (Atalanta-ITA), Ibañez (Roma-ITA), Lyanco (Torino-ITA)...

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Observação ao vivo e força física: como Diego Carlos furou fila na seleção - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Futebol