Gatito assume protagonismo maior e pode passar Carli em jogos no Botafogo
Alexandre Araújo e Leo Burlá
Do UOL, no Rio de Janeiro
09/06/2020 04h00
A saída de Joel Carli do Botafogo transforma o goleiro Gatito Fernández em peça ainda mais importante no elenco do Alvinegro. Ao lado do japonês Keisuke Honda, o paraguaio assume um protagonismo ainda maior sem o defensor argentino.
Ídolo da arquibancada, Gatito é o jogador com mais identificação com o clube do elenco atual, embora Honda tenha caído imediatamente nas graças do torcedor e seja visto como exemplo positivo em General Severiano.
Para consolidar ainda mais esse papel principal, Gatito pode assumir a liderança isolada de jogos com a camisa do Botafogo dentre os jogadores do grupo atual. Com 134 jogos no currículo, ele está a apenas 20 de igualar Carli.
O goleiro chegou em 2017 e não demorou para preencher a lacuna deixada pelo ídolo Jefferson. Em 2018, Gatito justificou sua fama de pegador de pênaltis e foi fundamental na decisão do Campeonato Carioca de 2018, quando o Botafogo superou o Vasco nas penalidades.
A saída de Carli foi lamentada pelos colegas, que viam o argentino como uma referência de comportamento fora de campo e um símbolo de entrega dentro das quatro linhas. A dispensa também magoou o zagueiro, que não pretendia deixar o clube.
Há quase cinco anos no Alvinegro, Carli já estava completamente adaptado ao clube e ao Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, esposa e filhos construíram laços de amizade com brasileiros e se sentiam em casa.
Aos mais próximos, o defensor admitiu a frustração por não dar continuidade no clube que aprendeu a amar e se mostrou triste com a grande possibilidade de não mais morar na capital carioca.
O vínculo de Carli com o Botafogo iria até o fim do ano que vem, mas o salário do jogador pesou em um momento em que a diretoria busca uma readequação dos vencimentos e um alívio na folha de pagamento. As partes chegaram a negociar, mas não houve final feliz.