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Atacante faz contra, mas espanhol dá vitória ao Chelsea em clássico

Alonso anotou os dois gols do Chelsea contra o Tottenham neste domingo (20) - AFP
Alonso anotou os dois gols do Chelsea contra o Tottenham neste domingo (20) Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

20/08/2017 13h53

Michy Batshuayi podia ter sido o nome do Chelsea neste domingo (20), e não por uma razão feliz. O atacante entrou aos 34min do segundo tempo no lugar de Álvaro Morata, que fazia a primeira partida como titular no Campeonato Inglês e teve atuação apagada. Em vez de ajudar na frente, porém, complicou atrás: aos 37min, anotou um gol contra e empatou o clássico contra o Tottenham em Wembley. Para a sorte dele, porém, seu time tinha o lateral esquerdo espanhol Marcos Alonso. Em tarde inspirada, o camisa 3 balançou as redes duas vezes e foi fundamental para uma vitória por 2 a 1, a primeira do Chelsea na atual temporada da Premier League.

Foi uma recuperação importante para o Chelsea, que havia sido surpreendido pelo Burnley na primeira rodada. Tem agora os mesmos três pontos do Tottenham, que vinha de vitória sobre o Newcastle.

O melhor: Marcos Alonso

Num esquema tão fluido quanto o do Chelsea, é difícil dizer se o espanhol joga como lateral, ala, armador ou atacante pela esquerda. O fato é que ele conseguiu ganhar praticamente todos os lances neste domingo, participou muito da fase de construção de sua equipe e ainda contribuiu com dois gols (um em cobrança de falta e outro em contragolpe).

O pior: Eric Dier

O Tottenham também teve uma linha de três defensores neste domingo, mas com um posicionamento bem mais fixo. E uma das notícias negativas da equipe foi a participação de Eric Dier, que deu muitos espaços no setor e tampouco conseguiu se impor sobre o móvel ataque do Chelsea.

Por que o jogo foi histórico para o Tottenham

O Tottenham não havia sido superado como mandante em toda a temporada 2016/2017 do Campeonato Inglês. Naquele ano, aliás, apenas três times visitantes estiveram à frente do placar em White Hart Lane (Liverpool, West Ham e Burnley), num total de 82 minutos. Por tudo isso, o jogo deste domingo tinha um significado especial para os donos da casa.

O clássico contra o Chelsea foi a primeira apresentação do Tottenham na atual Premier League como mandante no mítico estádio Wembley, que será a casa da equipe nesta temporada. White Hart Lane foi fechado e será substituído por uma nova arena, a ser inaugurada no próximo ano.

Em casa, Tottenham pressiona

Disposto a dar sequência à boa fase como mandante no Campeonato Inglês, o Tottenham teve controle do jogo contra o Chelsea e criou as melhores oportunidades do primeiro tempo. Com quase 65% de posse de bola, os donos da casa tiveram dez finalizações antes do intervalo – os rivais somaram apenas três.

Um bom exemplo do domínio do Tottenham é que Keane, principal homem de frente da equipe da casa, teve mais finalizações do que passes na primeira etapa em Wembley.

Chelsea aposta em esquema “mutante”

No Chelsea, o técnico Antonio Conte não pôde contar com Gary Cahill e Cesc Fàbregas neste domingo. Por isso, estruturou uma equipe extremamente flexível, que começou com uma linha de três defensores (Azpilicueta, Christensen e Rüdiger) e cinco homens no meio-campo (Moses, Bakayoko, David Luiz, N’Golo Kanté e Marcos Alonso).

Foram constantes as inversões entre David Luiz com um dos três defensores. Também aconteceram de forma recorrente as mudanças de posicionamento de Moses, Alonso, Bakayoko e Kanté – o Chelsea alternou entre a última linha com três ou quatro homens, mudou a quantidade de jogadores no meio e também alterou a disposição em cada setor.

Bola parada coloca o Chelsea na frente

20.ago.2017 - De falta, Marcos Alonso marcou o primeiro gol do Chelsea contra o Tottenham - AFP - AFP
Imagem: AFP

Num duelo em que o Chelsea era mais móvel e o Tottenham tinha mais presença ofensiva, contudo, o que resolveu foi uma bola parada. Aos 24min do primeiro tempo, Marcos Alonso cobrou falta com perfeição e colocou os visitantes em vantagem em Wembley.

O que poderia ter acontecido depois do gol. E o que aconteceu

A bola na rede era tudo que o Chelsea precisava para solidificar sua proposta e seguir usando a troca de posições para encontrar desequilíbrios na defesa do Tottenham. O problema é que os donos da casa continuaram com absoluto domínio das ações, com mais posse, mais presença de ataque e mais oportunidades claras.

A melhor chance do Tottenham no primeiro tempo aconteceu aos 42min, quando Keane recebeu na esquerda e teve espaço para finalizar. O chute cruzado passou por Courtois, mas encontrou a trave do Chelsea.

Tottenham volta melhor, mas Chelsea cresce

Assim como havia acontecido na etapa inicial, o Tottenham teve o controle do jogo nos primeiros minutos após o intervalo. Keane desperdiçou mais uma boa chance, e Dele Alli chegou a reclamar um pênalti não marcado.

Aos poucos, porém, o Chelsea começou a encontrar espaços. Aos 28min, o brasileiro Willian recebeu passe de Bakayoko e arriscou de longe para mandar a bola na trave de Lloris. Moses também teve boa chance, mas mandou por cima do travessão.

Batshuayi vai às redes. Mas do lado errado...

Aos 37min, três minutos depois de ter entrado no lugar de Álvaro Morata, Michy Batshuayi teve sua participação mais relevante no clássico. O problema, para ele, é que isso aconteceu bem longe do ataque do Chelsea. O camisa 23 foi ajudar a defesa em falta cobrada por Christian Eriksen da lateral, apareceu no primeiro pau e desviou de cabeça, mas mandou para as próprias redes.

Chelsea consegue contragolpe, e Alonso decide de novo

O empate parecia o suficiente para arrefecer os ânimos do jogo. No entanto, o Chelsea chegou ao segundo gol num lance em que a bola estava com o Tottenham. Lloris saiu jogando pelo meio, mas David Luiz roubou na intermediária e tocou na esquerda para Pedro, que acionou Marcos Alonso na frente. O lateral chutou forte e rasteiro, mas contou com grande ajuda do goleiro rival para definir a partida.