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Jair valoriza evolução e entrega do Corinthians: "Honram a camisa"

Do UOL, em São Paulo

27/09/2018 01h16

Após a classificação do Corinthians para a final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (26), Jair Ventura concedeu entrevista coletiva em Itaquera e valorizou a conquista. O técnico falou sobre a evolução do time e a entrega contra o Flamengo, em uma partida na qual sua equipe 'passou do limite'.

"Vencemos o elenco mais valioso do futebol brasileiro, e isso mostra evolução. Vamos tropeçar em alguns momentos porque todas as equipes tropeçam, mas o Corinthians está em evolução, apesar do pouco tempo", afirma o técnico alvinegro. "O que me chama mais a atenção é a entrega do grupo, como os jogadores são competitivos e honram a camisa que vestem", exalta.

Questionado sobre quais foram os pontos principais da classificação, Jair listou vários "É uma série de fatores, porque é um esporte coletivo e ninguém alcança objetivo sozinho. Começou ontem com a festa da torcida, 40 mil pessoas numa terça-feira, serve de combustível. Deixamos o máximo dentro de campo", diz o treinador, para quem as saídas de Fagner e Mateus Vital por cansaço ou lesão "mostram que a gente passou do limite, o que é sempre válido quando se alcança o objetivo".

"Enfrentamos uma equipe da qual a gente sabe da força financeira, da qualidade individual dos atletas. Mas conseguimos a classificação com muita entrega, muita raça e determinação num jogo tático", celebra Jair Ventura.
Confira outros pontos da entrevista do técnico:

Crescimento de Pedrinho

"Modéstia à parte, cabe ao treinador saber quando lançar [um jovem atleta]. Sofri muitas críticas [no Santos] porque não colocava o Rodrygo de titular, no início, e ele foi se adaptando, ganhando corpo, e a qualidade técnica não precisa nem falar — mesma coisa o Pedrinho. Quando o Rodrygo ganhou a titularidade, em 22 jogos ele foi vendido. Essa é a parte gratificante para o treinador. Apesar de ser chamado de 'burro', de uma série de coisas, tem esse lado bom de lançar os jovens, e isso não tem preço. O jogador tem essa vaidade de ser titular, mas amanhã você vai ver no jornal o gol do Pedrinho, não de quem iniciou a partida. Quem entra é tão importante quanto quem inicia."

Assédio de estrangeiros a Pedrinho

"Faz parte do mercado. Caso aconteça, se for bom para o Corinthians e para o jogador, não posso acabar com um sonho pensando no 'eu'. Claro que quero sempre reforços, mas as perdas fazem parte. Caso aconteça, vamos olhar para a base como temos feito, para buscar um novo talento em casa."

Jogadores questionados indo bem

"A torcida por vezes critica um jogador em mau momento, a gente entende, mas eu não posso chegar e 'matar' todo o mundo, querer trocar todo o mundo. Temos que recuperar esses jogadores, por mais difícil que seja o momento. Fico feliz que o Avelar fez seu segundo sob meu comando, e o Pedrinho sabe que pode ser decisivo iniciando e entrando também. É um pouco do trabalho do treinador."

O que mudar para a final?

"Dá para detectar, sim [as falhas], mas também não posso dar arma para o adversário. Temos coisa para melhorar, sim. Faço um trabalho em sala, com vídeos, para correções e manutenção. O trabalho segue, tem muita coisa para evoluir. Será muito difícil eu chegar para vocês e dizer 'alcançamos o máximo, é o melhor nível'."

Duelo com Mano, que deu início à 'cara do Corinthians'

"É especial enfrentar o Mano, que tem uma história linda no Corinthians, passou por seleção brasileira, China, é um treinador consagrado. Eu estou começando ainda, então é importante. Fico feliz que chegou a minha vez de disputar a final, afinal no ano passado acabei sendo eliminado nesta mesma fase para esta mesma equipe [Flamengo]."

Lesão de Fagner?

"Fagner ainda será avaliado. Não sei o grau da lesão, se teve lesão. Ele sentiu a mesma perna pela qual teve tanta polêmica. Acharam que a gente tinha burlado uma situação, para ele não ir para a seleção, mas mostra que o jogador tinha sim um incômodo. Mostrou que o jogador estava indo no sacrifício, pela importância que tem na equipe."