Entenda por que Vettel é a chave do mercado de pilotos para 2018 na F1

Não é a toa que as especulações sobre a dança das cadeiras na Fórmula 1 começaram cedo neste ano: vários contratos importantes acabarão ao final desta temporada e especialmente a demora da renovação do acordo de ninguém menos que o líder do campeonato, Sebastian Vettel, está sendo acompanhada de perto no paddock.

O alemão diz que não está na hora de falar em 2018 e quer focar na disputa pelo título, mas não é segredo que ele foi pelo menos sondado pela Mercedes. Esse tipo de ‘namoro’ é normal, pois as equipes querem saber quais as situações contratuais das maiores estrelas do esporte, mas o fato é que qualquer movimento de Vettel, mesmo ficando na Ferrari, o que parece ser a maior hipótese hoje, é fundamental para que todas as demais peças se encaixem.

Isso porque o alemão tem poder de veto para seu companheiro na Scuderia, algo que tem sido importante para a continuidade de Kimi Raikkonen nas últimas duas temporadas. Afinal, o tetracampeão aprova a dinâmica de trabalho com o finlandês. Por outro lado, o campeão de 2007 completa 38 anos em outubro e seu futuro ainda é dúvida.

Quem está de olho em uma vaga na Ferrari é Daniel Ricciardo. O australiano oficialmente tem contrato com a Red Bull até o final de 2018, mas tem cláusulas que o liberam, algo que também aconteceu com Vettel quando ele foi à Ferrari.

“Eu tenho um interesse de ver quem está indo para onde”, admitiu Ricciardo ao UOL Esporte. “Sempre é interessante ver o que cada um está pensando e, potencialmente, para onde podem ir. Sei que ele é um dos pilotos cujo contrato acaba ao final deste ano, então talvez ele tenha opções. Será interessante ver o que ele vai fazer.”

O australiano, que foi companheiro de Vettel em 2014 e superou o alemão na Red Bull, contudo, não acredita que o piloto saia de uma Ferrari que está andando bem. “Sem ele continuar bem… não acredito que seja um tipo de ambiente do qual você queira sair. Sabemos que quando Seb está feliz com o carro e o ambiente ao redor, ele é muito rápido. Acho que se ele continuar com o mesmo nível de confiança ao longo da temporada, não acho que ele vai sair. Mas também sabemos que ele gosta de um desafio, então veremos.”

Alonso quer vencer

Outro piloto que promete movimentar o mercado de pilotos é Fernando Alonso. O contrato do espanhol também termina ao final deste ano e ele já deixou sua opinião clara. “Minha prioridade é correr aqui [na F-1], mas não apenas correr, quero vencer. Agora não tenho mais obrigações com a McLaren, estou feliz com a equipe, mas não estamos vencendo. Então se eu vir a possibilidade de vencer em 2018, estaria mais que contente em ficar. Se não for o caso, ficaria mais do que contente em conversar com qualquer um.”

A Mercedes seria um caminho que Alonso adoraria trilhar, mas o chefe Toto Wolff diz que o piloto de 35 anos não é prioridade. “Claro que temos de avaliar, não dá para dizer não antes disso, isso seria estupidez. Mas a situação realmente é que há outros pilotos que têm prioridade. No momento Valtteri (Bottas) e Lewis (Hamilton) são nossa prioridade. Estamos contentes com nossos pilotos do programa de desenvolvimento [Esteban Ocon e Pascal Wehrlein] e há outros dos quais eu gosto”, afirmou ao jornal espanhol Mundo Deportivo.

Na Mercedes, a única vaga para o ano que vem seria a de Valtteri Bottas. O finlandês, por sua vez, diz que é “muito cedo” para falar em renovação.

A indefinição do futuro de Alonso, por sua vez, abre uma brecha para o retorno de Jenson Button. “Não posso desconsiderar. Tenho um contrato com a McLaren para correr ano que vem, então definitivamente não posso desconsiderar”, afirmou o inglês, que disputará o GP de Mônaco, próxima etapa do calendário, no lugar de Alonso, que correrá nas 500 Milhas de Indianápolis.