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McLaren perde mais de 1s em 2017 e pode ter motor 'socorrido' por rivais

Dan Istitene/Getty Images
Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL

27/04/2017 04h00

A McLaren roubou as manchetes nas últimas semanas após o anúncio de que Fernando Alonso vai disputar as 500 Milhas de Indianápolis neste ano, ficando de fora do GP de Mônaco, e essa tem sido a única forma de manter o interesse na equipe, uma vez que, dentro das pistas, o time ainda não conseguiu pontuar após três etapas e coleciona abandonos.

A situação é tão preocupante que se estuda a possibilidade de que os demais fornecedores de motor ajudem a Honda a melhorar sua unidade de potência, principal motivo do déficit de rendimento do carro de Alonso e Stoffel Vandoorne.

No paddock, fala-se que a diferença da Honda para a Mercedes, melhor motor da F-1, é de 120cv. Porém, os números levam a crer que a defasagem possa ser ainda maior. Isso porque 120cv a menos significaria algo em torno de 1s9 a mais no tempo de volta na maioria dos circuitos. Porém, nas três etapas disputadas até aqui no campeonato, a diferença média do melhor McLaren para o pole position foi de 3s072.

A situação é dramática até em comparação com o ano passado, quando Alonso e seu então companheiro, Jenson Button, ficaram, em média, a 1s923 da pole position. Depois de conseguir figurar no top 10 especialmente no final de 2016, agora a McLaren só tem rendimento superior à Sauber, que usa um motor de 2016 da Ferrari.

Plano de resgate
A Honda começou a desenvolver seu motor V6 turbo híbrido depois das rivais, o que explicava seu atraso inicial, em 2015, quando retornou à categoria. Porém, mesmo após rever totalmente o projeto para 2017, os japoneses ainda sofrem com problemas básicos de confiabilidade, o que pode fazer com que as demais fornecedoras ajudem os rivais.

Trata-se de um pedido da McLaren e da Federação Internacional de Automobilismo ao Grupo de Estratégia, que reúne as equipes mais ricas do grid. O argumento é de que o desenvolvimento das unidades de potência foi liberado em 2017 para que houvesse paridade de rendimento - as diretrizes gerais das regras falavam em uma busca por, no máximo, 0s3 por volta entre os diferentes motores.

Quando este acordo foi firmado, há um ano, foi determinado que a FIA estudaria o potencial das fornecedoras após três etapas e, caso algumas delas estivesse fora desta margem, pediria a intervenção do Grupo de Estratégia.

Mesmo que esta possibilidade exista no papel, o chefe da McLaren, Eric Boullier, não se mostrou muito confiante de que isso possa se tornar realidade. “É algo que temos de discutir. Mas estamos em uma posição hoje na qual não tenho certeza de que todos querem que tenhamos mais performance em termos de motor, mas acho que seria mais justo.”

A McLaren acredita ter um carro capaz de brigar por vitórias, caso disponha de mais potência.

Caso a Honda seja ajudada, este não seria o primeiro caso. Na época do congelamento dos motores, em 2008, foi permitido que a Renault fizesse alterações em seu equipamento justamente para haver paridade com as demais, e a fábrica francesa acabou se beneficiando, tendo motores cuja dirigibilidade seria fundamental para os quatro títulos seguidos da Red Bull entre 2010 e 2013.

Enquanto não há nenhuma decisão sobre uma possível ajuda, a McLaren terá neste final de semana, na Rússia, um motor com atualizações que visam corrigir problemas de confiabilidade. Afinal, até aqui, apenas Vandoorne, na primeira corrida do ano, viu a bandeira quadriculada.

O GP da Rússia terá classificação às 9h do sábado pelo horário de Brasília e a largada no mesmo horário, no domingo. As atividades começam com os treinos livres na sexta-feira, em duas sessões de 1h30 a partir das 5h e das 9h da manhã.

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